São Paulo, domingo, 13 de agosto de 2006

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Polemista inglês bate boca com o público em Parati

DOS ENVIADOS ESPECIAIS A PARATI

No debate mais inflamado de toda a Festa Literária Internacional de Parati até a tarde de ontem, o polemista de direita inglês Christopher Hitchens, que dividiu a mesa com o deputado federal Fernando Gabeira, bateu boca com a platéia sobre questões como a guerra no Líbano e a ocupação no Iraque.
Ele abriu sua fala explicando por que não havia assinado o manifesto lançado no dia anterior, na Flip, pelo paquistanês Tariq Ali, que pedia a retirada das tropas israelenses do Líbano. Hitchens explicou que para fazer petição anti-guerra, deve-se mencionar os dois lados.
Neste momento, assim como em muitos em que soltava frases agressivas, Hitchens foi aplaudido. Entretanto, foi vaiado todas as vezes em que falou a favor da intervenção de Israel.
O momento mais tenso foi quando Hitchens recebeu uma pergunta da platéia sobre o apoio norte-americano a Israel, que classificou como "ingênua". "Se alguém pensa que Israel ou os EUA estavam procurando por uma oportunidade para ter esse pesadelo no Líbano, é um idiota", respondeu.
Mais à frente, Hitchens disse que o público pensava de forma muito limitada por defender os palestinos.
A mesa, idealizada a partir das diferenças ideológicas entre ambos, ocorreu num clima amistoso entre os debatedores. Gabeira adotou sempre uma postura conciliadora. Hitchens o chamava de companheiro.
O deputado discordou frontalmente de Hitchens com relação ao Líbano e principalmente sobre o Iraque.
Ao final, Gabeira disse que, em nome das utopias, muito sangue correu no século passado, e citou como exemplo sua própria trajetória pessoal. Já Hitchens, citando Oscar Wilde, disse que um mapa do mundo sem utopia não vale olhar.
(EDUARDO SIMÕES, MARCOS STRECKER, SYLVIA COLOMBO)

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