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Polemista inglês bate boca com o público em Parati
DOS ENVIADOS ESPECIAIS A PARATI
No debate mais inflamado de
toda a Festa Literária Internacional de Parati até a tarde de
ontem, o polemista de direita
inglês Christopher Hitchens,
que dividiu a mesa com o deputado federal Fernando Gabeira,
bateu boca com a platéia sobre
questões como a guerra no Líbano e a ocupação no Iraque.
Ele abriu sua fala explicando
por que não havia assinado o
manifesto lançado no dia anterior, na Flip, pelo paquistanês
Tariq Ali, que pedia a retirada
das tropas israelenses do Líbano. Hitchens explicou que para
fazer petição anti-guerra, deve-se mencionar os dois lados.
Neste momento, assim como
em muitos em que soltava frases agressivas, Hitchens foi
aplaudido. Entretanto, foi vaiado todas as vezes em que falou a
favor da intervenção de Israel.
O momento mais tenso foi
quando Hitchens recebeu uma
pergunta da platéia sobre o
apoio norte-americano a Israel,
que classificou como "ingênua". "Se alguém pensa que Israel ou os EUA estavam procurando por uma oportunidade
para ter esse pesadelo no Líbano, é um idiota", respondeu.
Mais à frente, Hitchens disse
que o público pensava de forma
muito limitada por defender os
palestinos.
A mesa, idealizada a partir
das diferenças ideológicas entre ambos, ocorreu num clima
amistoso entre os debatedores.
Gabeira adotou sempre uma
postura conciliadora. Hitchens
o chamava de companheiro.
O deputado discordou frontalmente de Hitchens com relação ao Líbano e principalmente sobre o Iraque.
Ao final, Gabeira disse que,
em nome das utopias, muito
sangue correu no século passado, e citou como exemplo sua
própria trajetória pessoal. Já
Hitchens, citando Oscar Wilde,
disse que um mapa do mundo
sem utopia não vale olhar.
(EDUARDO SIMÕES, MARCOS STRECKER, SYLVIA COLOMBO)
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