São Paulo, segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crítica

Cantora evolui de promessa a realidade

DA SUCURSAL DO RIO

Não dá para dizer que o repertório é impecável e que todas as alquimias do arranjador Rodrigo Campello são exuberantes.
Mas não é isso o que mais importa no segundo CD de Roberta Sá, e sim constatar que ela já saltou do patamar de cantora-promessa para o de intérprete real. Existe uma personalidade que perpassa as 14 faixas, distante dos riscos do purismo militante ou do ecletismo vazio.
Ela, por exemplo, mostra uma série de belas nuances vocais, dispensando exibicionismos. E confirma seu bom gosto musical para além da obviedade dos gênios ou do democratismo dos gêneros.
Cabem no seu tacho a bossa nova assimétrica e com toques pernambucanos "Belo Estranho Dia de Amanhã" e o frevo heterodoxo "Fogo e Gasolina", em que convivem programação eletrônica, viola de 12 cordas e sanfona. Se é para falar de destaques, eles são "Novo Amor", samba de Edu Krieger assentado apenas sobre o bandolim de Hamilton de Holanda, e "Samba de um Minuto", criação à Paulinho da Viola em que Rodrigo Maranhão aproxima passado e futuro. É neste tempo que se impõe o canto de Roberta Sá. (LFV)


QUE BELO ESTRANHO DIA PRA SE TER ALEGRIA
Gravadora:
MPB/Universal
Quanto: R$ 28, em média
Avaliação: ótimo
Show: Tom Jazz (av. Angélica, 2.331, tel. 0/xx/11/3255-3635); sex. e sáb., às 22h; R$ 40


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Música: Morre Tony Wilson, 57, "pai" do Joy Division
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.