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cinema
Stallone estreia sob lambança diplomática e acusação de calote
Piada de diretor com
Brasil, reclamações
de
atores e suposta dívida
com produtora marcam
estreia
de "Mercenários"
FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES
Nem se tivesse de fato levado para casa um macaco
de presente, Sylvester Stallone ficaria mais satisfeito com
as filmagens que fez no Rio
de Janeiro, no ano passado.
Pelo menos é a impressão
que fica após a lambança diplomática gerada desde que
o astro de 64 anos começou a
promover seu novo filme de
ação, "Os Mercenários", que
estreia hoje no Brasil.
A história traz um grupo
de guerrilheiros das antigas,
cuja média de idade ronda os
50 anos, incluindo Jet Li, Jason Statham, Dolph Lundgren e o próprio Stallone, que
também dirigiu e escreveu o
roteiro. Sem nada a perder
(ou fazer), eles decidem ajudar um pequeno país na
América do Sul, a fictícia Vilena, a depor seu ditador.
A inspiração para essa
missão impossível é uma
brasileira, Giselle Itié (a protagonista da novela "Bela, a
Feia", da Record), no papel
de uma rebelde local que
passa por poucas e boas nas
mãos dos vilões.
"Ela foi fantástica. Não há
muitas garotas por aí que se
deixam ser afogadas num
primeiro encontro", brincou
Stallone num dos eventos
para divulgar o filme.
É esse tipo de humor peculiar que foi aos poucos desmantelando sua imagem. No
mês seguinte, ele repetiu o
que vem dizendo sobre Mangaratiba, cidade no litoral do
Rio onde foram feitas parte
das filmagens.
"Foi ótimo, nos deixaram
explodir tudo, coisas que não
poderíamos jamais fazer nos
EUA, onde todo mundo quer
salvar os esquilos e tal", disse. "E, no final, eles ainda te
dão um macaco." A piadinha
pegou mal e Stallone teve
que se desculpar.
ESPARADRAPO
Mas a verdade é que as filmagens não foram assim tão
divertidas. Além de ter se machucado durante cenas de
ação, Stallone está sendo
acusado de deixar uma dívida de R$ 3,8 milhões (leia
mais abaixo).
"Filmar no Brasil foi sem
dúvida uma experiência desafiante em diversos níveis",
diz o produtor Les Weldon no
material em inglês dado aos
jornalistas. Ele cita problemas de comunicação, de
adaptação à cultura local e
condições climáticas.
"Foi duro, complicado
mesmo. Ninguém falava inglês, só tinha um tradutor para uma equipe de 65 pessoas", disse a jornalistas o
ator Eric Roberts, que faz o
americano malvado da história. "Todo mundo queria
agradar Sly [apelido de Stallone], mas eles não sabiam o
que fazer."
Talvez a história não seja
bem assim. Afinal, foi Stallone quem doou R$ 65 mil à
prefeitura de Mangaratiba
para a construção de uma estátua sua. Porém, depois de
tanta confusão, o prefeito está em dúvida sobre o monumento, disse que vai consultar a população.
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