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Maria Bethânia e veteranos brilham em "festa da firma"
Baiana venceu como cantora e disco de MPB; Tantinho levou em samba
Nova patrocinadora distribuiu 700 convites para funcionários; Daniela Mercury deu duas gafes no evento
LUIZ FERNANDO VIANNA
DO RIO
O Prêmio da Música Brasileira pagou um preço por deixar para trás a penúria de
2009, quando foi realizado
sem patrocínio.
A Vale distribuiu 700 convites para empregados -que
vibravam cada vez que a logomarca da empresa surgia
no telão- e criou um prêmio
só para seus funcionários aspirantes a cantor, dando um
clima de "festa da firma" ao
Teatro Municipal do Rio, na
noite de quarta-feira.
O paraense Clayton Nilo
da Silva, que gravou seu clipe usando crachá, subiu ao
palco para receber o troféu.
Outros desconhecidos da
maioria do público também
subiram, mas por outros méritos. O mangueirense Tantinho, 63, ganhou nas categorias cantor e disco de samba,
pela homenagem a seu mestre Padeirinho (1927-1987)
-que Daniela Mercury, ao
anunciar os vencedores, chamou de "Pandeirinho".
"É muito bom receber esse
reconhecimento enquanto
estou aqui. Depois de morto,
não adianta", festejou.
Embora respeitado no chamado segmento regional, Juraildes da Cruz, nascido há 55
anos no hoje Estado do Tocantins, surpreendeu ao ser
eleito melhor cantor na categoria voto popular -a escolha é feita pela internet.
Já o saxofonista e maestro
Letieres Leite, 50, levou duas
vezes ao palco os 19 músicos
de sua Orkestra Rumpilezz:
revelação e também grupo
instrumental.
O conjunto de sopros e
percussão foi formado há
quatro anos em Salvador e
costuma executar ao ar livre,
no Pelourinho, as composições de Letieres.
"Nossos planos agora são
fazer um DVD documentário
e tocar no exterior", disse.
A conterrânea Maria Bethânia, como de hábito, saiu
do teatro com troféus: melhor cantora e melhor disco
de MPB ("Encanteria"). "Feita na Bahia", música de Roque Ferreira que ela gravou,
foi a canção do ano.
FANTASIA
Seu irmão Caetano Veloso
ganhou o prêmio de cantor
pop por "Zii e Zie". Ele ainda
foi um dos escalados para celebrar cantando a homenageada da noite, Dona Ivone
Lara, 89, aplaudida de pé nas
duas vezes em que surgiu
sentada em cena.
O melhor momento foi o
parceiro Delcio Carvalho e o
grupo Casuarina cantando
"Alvorecer" sem o peso sonoro e a lentidão dos outros arranjos, de Rildo Hora.
No quesito fantasia, Débora Bloch brilhou com seus
dois trajes de apresentadora,
e Alcione brilhou muito mais
com seu longo rosa, que parecia dedicado ao guaraná
Jesus, de seu Maranhão natal. Ele sobreviveu a um pisão do salto plataforma de,
sempre ela, Daniela Mercury.
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