São Paulo, Sexta-feira, 13 de Agosto de 1999
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CINEMA "PÂNICO NO LAGO"
Palco e câmeras apavoravam Bridget Fonda

Divulgação
A atriz Bridget Fonda com Bill Pullman, que faz o xerike do local onde está o lago assolado pelo réptil gigante


CLAUDIO CASTILHO
especial para a Folha, em Los Angeles

Apesar de pertencer a uma das famílias mais célebres do cinema americano, Bridget Fonda enfrentou, quando menina, uma verdadeira aversão à profissão do avô Henry, do pai Peter e da tia Jane Fonda.
"Eu tinha um medo tremendo do palco. Medo é pouco. O que sentia era um pavor terrível."
A atriz, que aos 35 anos já participou de mais de 30 filmes (uma média de mais de três filmes por ano de carreira, somente igualada, em sua família, pelo avô), estrela o filme "Pânico no Lago", que estréia hoje no Brasil.
Nesse thriller, cujo roteiro é de David Kelley (criador dos seriados de televisão "Ally McBeal" e "O Desafio"), ela encarna o papel da cientista nova-iorquina Kelly Scott, que vai investigar a presença de um gigantesco crocodilo em um lago nas montanhas do Maine, noroeste dos Estados Unidos.
Leia a seguir trechos da entrevista concedida à Folha às vésperas da estréia norte-americana.

Folha - Como foi contracenar com um crocodilo gigante, movido a controle remoto?
Bridget Fonda -
O crocodilo computadorizado funcionou sem rebeldia. O único risco que corremos foi com os ursos. Pensamos em acampar nas montanhas, mas um guarda florestal nos alertou: ele havia visto ursos bem perto.

Folha - O que você mais teme?
Fonda-
Tenho pânico de altura; morria de medo de viajar de avião -ainda não gosto. Mas aprendi a superar os medos.

Folha - Como fez isso?
Fonda -
Quando criança eu tinha um medo tremendo do palco. Medo é pouco. O que sentia era um pavor terrível, só de pensar em pisar num palco ou de aparecer em frente às câmeras e acabar decepcionando tanta gente que cobrava de mim talento igual ao de meus parentes. Não admitia a possibilidade do fracasso. Um dia resolvi enfrentar, participando de uma peça teatral na escola. Minha atuação não foi das melhores, mas comecei a vencer os medos.

Folha - Que influência você teve de seu avô, Henry Fonda?
Fonda -
Fui uma menina muito quieta e tímida. Meu avô também era assim, eu me sentia confortável com ele. Era uma companhia agradável, mas sempre silenciosa. Eu adorava ir à sua casa assistir a filmes de terror em super-8.
Os filmes dele significaram muito para mim. Aprendi com ele a apreciar filmes das décadas de 30 e 40, hoje meus favoritos.

Folha - David Kelley convidou você para fazer "Ally McBeal". Com o sucesso do seriado, você se arrepende de não ter aceito?
Fonda -
Não. Nunca tive vontade de fazer seriados de TV, gosto de fazer cinema. Sou fascinada pela obra de Kelley, adoro a personagem Ally McBeal, mas não achei que era a atriz ideal. Acho, inclusive, que se tivesse aceito, o seriado não teria tanto sucesso.

Folha - Você poderia adiantar algo sobre seu próximo filme?
Fonda -
Vai se chamar "South of Heaven, West of Hell". É um filme bastante original, um western gótico, muito especial para mim; nele faço uma personagem bem diferente das que fiz no passado, além de trabalhar com meu pai.
Meus pais se separaram quando eu era criança e fui criada por minha mãe. Às vezes eu o visitava no barco dele, ou no set de seus filmes, como aconteceu em "Easy Rider". Agora, trabalhando ao lado dele, me sinto como se estivesse compensando o tempo que não curtimos juntos durante a minha infância.


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