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CINEMA "PÂNICO NO LAGO"
Palco e câmeras apavoravam Bridget Fonda
Divulgação
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A atriz Bridget Fonda com Bill Pullman, que faz o xerike do local onde está o lago assolado pelo réptil gigante |
CLAUDIO CASTILHO
especial para a Folha, em Los Angeles
Apesar de pertencer a uma das
famílias mais célebres do cinema
americano, Bridget Fonda enfrentou, quando menina, uma
verdadeira aversão à profissão do
avô Henry, do pai Peter e da tia
Jane Fonda.
"Eu tinha um medo tremendo
do palco. Medo é pouco. O que
sentia era um pavor terrível."
A atriz, que aos 35 anos já participou de mais de 30 filmes (uma
média de mais de três filmes por
ano de carreira, somente igualada, em sua família, pelo avô), estrela o filme "Pânico no Lago",
que estréia hoje no Brasil.
Nesse thriller, cujo roteiro é de
David Kelley (criador dos seriados de televisão "Ally McBeal" e
"O Desafio"), ela encarna o papel
da cientista nova-iorquina Kelly
Scott, que vai investigar a presença de um gigantesco crocodilo em
um lago nas montanhas do Maine, noroeste dos Estados Unidos.
Leia a seguir trechos da entrevista concedida à Folha às vésperas da estréia norte-americana.
Folha - Como foi contracenar
com um crocodilo gigante, movido a controle remoto?
Bridget Fonda - O crocodilo
computadorizado funcionou sem
rebeldia. O único risco que corremos foi com os ursos. Pensamos
em acampar nas montanhas, mas
um guarda florestal nos alertou:
ele havia visto ursos bem perto.
Folha - O que você mais teme?
Fonda- Tenho pânico de altura;
morria de medo de viajar de avião
-ainda não gosto. Mas aprendi a
superar os medos.
Folha - Como fez isso?
Fonda - Quando criança eu tinha um medo tremendo do palco.
Medo é pouco. O que sentia era
um pavor terrível, só de pensar
em pisar num palco ou de aparecer em frente às câmeras e acabar
decepcionando tanta gente que
cobrava de mim talento igual ao
de meus parentes. Não admitia a
possibilidade do fracasso. Um dia
resolvi enfrentar, participando de
uma peça teatral na escola. Minha
atuação não foi das melhores,
mas comecei a vencer os medos.
Folha - Que influência você teve de seu avô, Henry Fonda?
Fonda - Fui uma menina muito
quieta e tímida. Meu avô também
era assim, eu me sentia confortável com ele. Era uma companhia
agradável, mas sempre silenciosa.
Eu adorava ir à sua casa assistir a
filmes de terror em super-8.
Os filmes dele significaram
muito para mim. Aprendi com ele
a apreciar filmes das décadas de
30 e 40, hoje meus favoritos.
Folha - David Kelley convidou
você para fazer "Ally McBeal".
Com o sucesso do seriado, você
se arrepende de não ter aceito?
Fonda - Não. Nunca tive vontade de fazer seriados de TV, gosto
de fazer cinema. Sou fascinada
pela obra de Kelley, adoro a personagem Ally McBeal, mas não
achei que era a atriz ideal. Acho,
inclusive, que se tivesse aceito, o
seriado não teria tanto sucesso.
Folha - Você poderia adiantar
algo sobre seu próximo filme?
Fonda - Vai se chamar "South
of Heaven, West of Hell". É um filme bastante original, um western
gótico, muito especial para mim;
nele faço uma personagem bem
diferente das que fiz no passado,
além de trabalhar com meu pai.
Meus pais se separaram quando
eu era criança e fui criada por minha mãe. Às vezes eu o visitava no
barco dele, ou no set de seus filmes, como aconteceu em "Easy
Rider". Agora, trabalhando ao lado dele, me sinto como se estivesse compensando o tempo que
não curtimos juntos durante a
minha infância.
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