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São Paulo, sábado, 13 de setembro de 2003

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alquimia DO TRAÇO

Tuca Vieira/Folha Imagem
Funcionário monta estrutura da 5ª Bienal Internacional de Arquitetura e Design, que começará amanhã, em São Paulo



A partir de amanhã, 5ª Bienal Internacional de Arquitetura e Design tenta encontrar, em mais de 300 projetos, soluções para os enigmas metropolitanos


FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

"A sociedade está hipnotizada e é preciso abrir os olhos. A arquitetura é a plataforma ideal para reunir cultura e sociedade", afirma o arquiteto espanhol Enric Ruiz-Geli, responsável pelas duas exposições de seu país na 5ª Bienal Internacional de Arquitetura e Design (BIA), que será aberta amanhã, no pavilhão da Bienal, no parque Ibirapuera.
Essa visão positiva e politizada é síntese do manifesto "Cidade Relacional", que Ruiz-Geli apresenta na BIA para dar ao evento um caráter vanguardista.
Sete teses compõem o manifesto de Ruiz-Geli; todas, de certa forma, buscam recuperar "o legado utópico e teórico dos anos 70". Nos dois espaços organizados pelo espanhol são postos em prática os princípios do manifesto. Num deles, denominado "Cidade Dez", 48 crianças trabalham com sete arquitetos espanhóis para projetar uma cidade possível; no outro, o pavilhão da Espanha -um dos 11 que compõem as representações nacionais da mostra-, um imenso iglu inflável, apresenta projetos de 11 arquitetos com "pistas para o futuro otimista".
Ao lado do iglu, numa vizinhança muito adequada, está a sala do arquiteto inglês Peter Cook. "Ele é um dos mais importantes teóricos que discutem o modernismo. Além do mais, tem um espírito pop que o faz o Beatle da arquitetura", afirma Ricardo Ohtake, que divide a curadoria geral da BIA com Pedro Cury.
Mais de 300 projetos participam da 5ª BIA, que tem como tema "Metrópoles", mote emprestado da última edição da Bienal de Artes Visuais, e apresenta sete cidades: Tóquio, Berlim, São Paulo, Nova York, Londres, Pequim e Johannesburgo. Cada uma traz projetos representativos de intervenção urbana e formas de compreensão dos problemas.
Nesse quesito, Tóquio comparece com o exemplo mais surpreendente. Por ocasião da construção do conglomerado Roppongi Hills, tema da sala, foi criada uma maquete da cidade, que permite visualizá-la com todos os seus detalhes. Cada prédio, dos milhares de Tóquio, foi fotografado digitalmente, e a imagem, colada na maquete, enquanto de cima fotografias de satélite completam a parte superior dos prédios. "Foi um trabalho de cinco meses", conta Yuko Yokoyana, que montava o espaço.
A 5ª BIA traz ainda nove mostras especiais, entre elas uma sala de Oscar Niemeyer, com seu polêmico projeto do teatro para o Ibirapuera, e as construções do grupo holandês MVRDV, num espaço denominado "The Hungry Box", uma caixa que envolve os visitantes de forma cenográfica.
Em se falando de arquitetura, há muitos projetos do Brasil: 15 arquitetos nacionais também têm salas especiais e 320 projetos concorrem na mostra competitiva.
A mostra ainda apresenta projetos institucionais e promove um Fórum de Debates, que contará com a presença do francês Christian de Portzamparc, do inglês Peter Cook e do alemão Karl Jasper, entre outros. A programação completa está no site: http://bienalsaopaulo.terra.com.br.

5ª BIENAL INTERNACIONAL DE ARQUITETURA E DESIGN. Quando: abertura amanhã (para convidados); seg./qui., 9h30/23h; sex./dom., 9h30/ 24h. Até 2/11. Onde: pavilhão da Bienal (parque Ibirapuera, portão 3, SP, tel. 0/ xx/11/5574-5922). Quanto: R$ 10.


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