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BIENAL
Intervenções propostas perderam, em junho, disputa contra o Rio pela candidatura brasileira à Olimpíada de 2012
Projeto derrotado é base para mostra de SP
DA REPORTAGEM LOCAL
São Paulo, uma das sete metrópoles tema da 5ª BIA, tem sua
mostra estruturada a partir de
uma proposta derrotada: o projeto para a sede dos Jogos Olímpicos, em 2012. O Rio foi a escolhida
pelo Comitê Olímpico Brasileiro
para concorrer ao evento.
"O Projeto Olímpico partiu da
constatação da geografia da cidade, que se situa entre rios, numa
área em que cabe uma Barcelona.
São 100 km2. O projeto visa a possibilidade de a cidade sediar eventos internacionais, o que aceleraria a implantação de melhorias
urbanas. A cidade tem que se
transformar por projetos", afirma
José Magalhães Júnior, curador
de São Paulo e diretor de projetos
urbanos da Secretaria Municipal
de Planejamento (Sempla).
A mostra apresenta os cinco núcleos propostos pelo projeto
olímpico: do Parque Ecológico do
Tietê, onde aconteceria a competição de remo; do Anhembi, onde
seria criado um novo bairro e um
estádio; da Água Branca, com a
vila olímpica e um grande estádio;
do Villa-Lobos, para a instalação
de quadras de tênis; do Ibirapuera, com a construção do teatro
que consta do projeto original de
Oscar Niemeyer; e do Guarapiranga, com o Projeto Navegar.
"São Paulo é uma cidade que
cresceu praticamente sem planejamento. No início do século 20
era um acanhado núcleo urbano,
com menos de 250 mil habitantes.
Só em 1968 foi criado um Plano
Diretor, que não foi posto em prática. Precisamos de projetos estratégicos e o Projeto Olímpico é um
bom exemplo" afirma Magalhães.
Anteontem, quando a reportagem da Folha visitou a 5ª BIA, a
sala de São Paulo não estava ainda
montada mas, segundo o curador, a cidade será vista também
em cinco projeções na sala.
Segundo Magalhães Júnior, o
Projeto Olímpico tomou base visão de uso do solo do geógrafo
Milton Santos (1926-2001): "É
preciso pensar no território, nesse
mundo globalizado de cidades
verticalizadas. Para se contrapor a
esse modelo é importante ocupar
as horizontalidades, só a solidariedade pode gerar um novo modelo de desenvolvimento".
São Paulo será vista ainda segundo o que o curador afirma ser
uma "política de restauração de
território". Assim, serão expostos
os Centros de Educação Unificados (CEU), a proposta de recuperação do edifício São Vito, a construção do teatro projetado por
Niemeyer para o parque do Ibirapuera, e a recuperação do conjunto Vaz Guimarães, legado dos Jogos Pan-Americanos de 62, por
parte do Estado.
Não seria essa uma visão muito
"chapa branca" da cidade? "Nossa proposta é que não há como
um arquiteto transformar a cidade, mas é preciso criar projetos estratégicos", afirma o curador.
(FCY)
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