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Reciclagem move indies, gravadoras e bandas
DA REPORTAGEM LOCAL
Cheira a espírito adolescente.
Como há muito não se via, o rock
brasileiro parece se reciclar, servindo de trampolim para que
bandas independente se tornem
grandes, apoiadas por gravadoras
que possuem estrutura decente.
Trama, Cansei de Ser Sexy, ST2
Records e Forgotten Boys são
provas desse renascimento.
O CSS, recém-contratada pelo
selo Trama Virtual, deve lançar o
aguardado disco de estréia em outubro. O próximo lançamento da
gravadora, uma divisão da Trama, será o segundo disco dos pernambucanos Mombojó.
A Trama e a ST2 refletem o surgimento de gravadoras que não
têm o tamanho das majors, mas o
esquema é tão profissional quanto, investindo em marketing e
dando suporte às bandas. É o que
acontece nos EUA e na Europa,
onde selos como XL Recordings,
Heavenly, Domino e Tigersushi,
entre tantos outros, conseguem
colocar com freqüência discos de
seus artistas, como White Stripes,
Dizzee Rascal, The Magic Numbers e Franz Ferdinand, nas paradas de discos mais vendidos.
São gravadoras que têm a internet como suporte de apoio e divulgação de suas bandas, e não
veículo para processar jovens que
trocam arquivos de MP3. São gravadoras como a ST2, dos Forgotten Boys, e a Trama Virtual, do
Cansei de Ser Sexy -a Trama recentemente convidou um jornalista do inglês "Observer" para vir
ao Brasil assistir a shows do CSS; a
viagem rendeu enorme reportagem dentro do jornal.
As rádios estão tentando seguir
essa tendência de renovação, com
a crescente concorrência de podcast e rádios on-line. A gigante
Radio 1, da britânica BBC, há pouco mais de dois anos reformulou
toda a grade de programação e
passou a reservar grande parte de
seus horários a artistas novos.
Emissoras roqueiras de São
Paulo, como a 89 FM e a Brasil
2000, insistem no velho e desgastado esquema de "mais do mesmo", dedicando tempo a grupos
que já estão há mais de 20 anos na
estrada ou a bandas como Charlie
Brown Jr. e CPM 22, cópias mal
resolvidas do pior que se faz lá fora (como o nu-metal e o rock
emo), mas vêm abrindo espaço
considerável para revelações.
A MTV também parece se mexer. Ainda que continue investindo no formato "Acústico" com dinossauros redivivos, como Ultraje a Rigor, a emissora reserva horários para grupos independentes
em programas como o "Banda
Antes" e o "Jornal da MTV".
A exposição aumenta e leva junto o número de fãs. Exemplo são
os próprios Forgotten Boys, que
têm dedicados à banda nove comunidades no Orkut. Ou a carioca Leela, que deixou o circuito indie para abrir shows de Avril Lavigne. Ou o quinteto paulista
Gram, responsável por uma edição do DVD "MTV Apresenta".
Outro indicador do ressurgimento do rock independente do
Brasil é o Video Music Brasil, da
MTV, que acontece em 29 deste
mês. Entre os concorrentes a prêmios, estão Autoramas (quatro
indicações) e Ludov (três).
O festival Campari Rock, que
tomou uma antiga fábrica em São
Paulo no mês passado, foi todo ele
composto por independentes, como Irmãos Rocha!, Jumbo Elektro e Mercenárias.
(TN)
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