São Paulo, quarta-feira, 13 de setembro de 2006

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Crítica

Iniciação de Che é superficial em "Diários"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"Diários de Motocicleta" (HBO, 18h15) é, possivelmente, o filme mais chocho de Walter Salles, o que não o impede de ser um projeto mais pessoal do que, digamos, "Água Negra", que é um filme muito mais bem-sucedido.
Por que isso acontece? Antes de tudo, nunca conseguimos perceber em que essa viagem iniciática pela América do Sul levaria Guevara a se transformar, em seguida, no guerrilheiro em que se transformou. Mesmo os episódios destinados a demonstrar alguma aquisição de consciência social soam superficiais.
Essa sensação pode ser atribuída aos diários. Ou ao amigo Alberto Granado, bem mais efusivo que ele. Ou ao amigo tal como visto nos diários. Etc. Pode também acontecer por conta desse aspecto paisagístico do filme, que não se sabe ao certo a que vem.
O certo é que o todo resulta tão frouxo quanto o é, hoje, a idéia de uma América Latina unida no sentimento antiimperialista: nosso ideal, sabemos bem, é Miami.


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