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Filme israelense sobre guerra leva Leão de Ouro em Veneza
LEONARDO CRUZ
ENVIADO ESPECIAL A VENEZA
A tradução para o cinema
da experiência de um soldado numa guerra foi o grande
vencedor do 66º Festival de
Veneza, encerrado na noite
de ontem. "Lebanon", do israelense Samuel Maoz, recebeu o Leão de Ouro do júri
presidido pelo cineasta taiwanês Ang Lee.
O longa mostra a Guerra
do Líbano, de 1982, pela ótica
do atirador de um tanque israelense que invade o território libanês. A maioria das
cenas do filme se passa dentro do blindado, numa ambientação escura e claustrofóbica -as imagens do exterior só surgem na tela pela
mira do canhão do tanque.
"Tinha uma necessidade
de descarregar, de expor a
guerra como a vivi, crua, sem
qualquer heroísmo ou outros
clichês. E também uma necessidade de pedir perdão,
porque eu tenho responsabilidade por ter estado lá e participado dessa guerra", disse
Maoz, na entrevista coletiva
após a premiação.
Ang Lee contou que o júri
foi unânime. "Foi a primeira
e mais curta discussão que tivemos. Todos entenderam as
ideias do filme. Aquele poderia ser qualquer tanque em
qualquer guerra."
O Leão de Prata de melhor
direção foi para "Women without Men", da iraniana Shirin Neshat. O alemão Fatih
Akin recebeu o Grande Prêmio do Júri por sua comédia
"Soul Kitchen".
O inglês Colin Firth foi escolhido melhor ator pelo papel de um professor gay em
"A Single Man", de Tom
Ford, e a russa Ksenia Rappoport, a melhor atriz por
"La Doppia Ora", do italiano
Giuseppe Capotondi. Não
houve brasileiros premiados.
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