São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2008

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Peça de Samir Yazbek tem leitura hoje

Lígia Cortez está no elenco de "Raízes", sobre imigrantes libaneses; leitura será no auditório da Folha

DA REPORTAGEM LOCAL

A Folha realiza hoje, às 20h, em seu auditório (al. Barão de Limeira, 425, 9º andar, São Paulo), leitura dramática da peça "Raízes", de Samir Yazbek, que foi premiado em 1999 com o Shell de melhor autor por "O Fingidor".
Dirigidos por Maucir Campanholi, os atores Lígia Cortez, Helio Cicero e Eduardo Semerjian, entre outros, contarão a história de uma imigrante libanesa que viaja ao Norte do Brasil para tentar salvar seu casamento -e sua honra.
O marido, também libanês, largou-a em São Paulo com vários filhos para cuidar e foi trabalhar na construção da Transamazônica.
Ali, envolveu-se com outras mulheres e, sempre obstinado, acreditou até o fim estar ajudando a desenvolver e pavimentar o "país do futuro".
A trama é vista pela ótica da filha do casal, cerca de 30 anos dos acontecimentos narrados. Recém-separada, ela tenta entender como a ausência paterna reverberou em sua vida.
"A personagem vivia psiquicamente presa à figura materna. A jornada dela na peça é a de reconciliar-se com o pai, assimilar o abandono, a mágoa, limpar a barra e seguir adiante", diz Yazbek, que buscou investigar "o preço que o progresso desenfreado cobra em termos de relações humanas".
O autor diz que o tema de "Raízes" o perseguia desde os 20 anos. Ele hoje tem 41. "Estou escrevendo essa história dentro de mim há muito tempo. Ela tem um pouco das minhas memórias, da história da minha família. Era difícil lidar com isso, parecia muita exposição. Mas era necessário. Acho que resultou em uma peça significativa, de virada."

Reencontro
A leitura marca o reencontro do dramaturgo e diretor com parte do grupo (Cicero e Campanholi) com que fez "O Fingidor", "O Invisível" (2006) e "Diálogo das Sombras" (2007). "Raízes" deve ser montada em agosto do ano que vem.
Antes disso, em janeiro, Yazbek estréia "A Noite do Barqueiro", solo de Cicero em que um homem empreende uma viagem para chegar a um farol do outro lado do continente e vai parar numa ilha.
Ali, repassa sua vida, cogita a volta e o suicídio. "É uma peça meio simbolista, para resgatar o sentido mitológico do homem na Terra", explica o autor.
E tem mais: em abril e maio de 2009, "O Fingidor" volta aos palcos para marcar seus 10 anos. A peça conta uma história onde o poeta Fernando Pessoa vira datilógrafo de um crítico que analisa sua obra.
Para participar da leitura desta noite, basta se inscrever pelo telefone 0/xx/11/3224-3473 ou pelo e-mail eventofo lha@folhasp.com.br. O cadastro é gratuito.


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