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Peça de Samir Yazbek tem leitura hoje
Lígia Cortez está no elenco de "Raízes", sobre imigrantes libaneses; leitura será no auditório da Folha
DA REPORTAGEM LOCAL
A Folha realiza hoje, às 20h,
em seu auditório (al. Barão de
Limeira, 425, 9º andar, São
Paulo), leitura dramática da
peça "Raízes", de Samir Yazbek, que foi premiado em 1999
com o Shell de melhor autor
por "O Fingidor".
Dirigidos por Maucir Campanholi, os atores Lígia Cortez,
Helio Cicero e Eduardo Semerjian, entre outros, contarão a
história de uma imigrante libanesa que viaja ao Norte do Brasil para tentar salvar seu casamento -e sua honra.
O marido, também libanês,
largou-a em São Paulo com vários filhos para cuidar e foi trabalhar na construção da Transamazônica.
Ali, envolveu-se com outras
mulheres e, sempre obstinado,
acreditou até o fim estar ajudando a desenvolver e pavimentar o "país do futuro".
A trama é vista pela ótica da
filha do casal, cerca de 30 anos
dos acontecimentos narrados.
Recém-separada, ela tenta entender como a ausência paterna reverberou em sua vida.
"A personagem vivia psiquicamente presa à figura materna. A jornada dela na peça é a
de reconciliar-se com o pai, assimilar o abandono, a mágoa,
limpar a barra e seguir adiante", diz Yazbek, que buscou investigar "o preço que o progresso desenfreado cobra em
termos de relações humanas".
O autor diz que o tema de
"Raízes" o perseguia desde os
20 anos. Ele hoje tem 41. "Estou escrevendo essa história
dentro de mim há muito tempo. Ela tem um pouco das minhas memórias, da história da
minha família. Era difícil lidar
com isso, parecia muita exposição. Mas era necessário. Acho
que resultou em uma peça significativa, de virada."
Reencontro
A leitura marca o reencontro
do dramaturgo e diretor com
parte do grupo (Cicero e Campanholi) com que fez "O Fingidor", "O Invisível" (2006) e
"Diálogo das Sombras" (2007).
"Raízes" deve ser montada em
agosto do ano que vem.
Antes disso, em janeiro, Yazbek estréia "A Noite do Barqueiro", solo de Cicero em que
um homem empreende uma
viagem para chegar a um farol
do outro lado do continente e
vai parar numa ilha.
Ali, repassa sua vida, cogita a
volta e o suicídio. "É uma peça
meio simbolista, para resgatar
o sentido mitológico do homem na Terra", explica o autor.
E tem mais: em abril e maio
de 2009, "O Fingidor" volta aos
palcos para marcar seus 10
anos. A peça conta uma história
onde o poeta Fernando Pessoa
vira datilógrafo de um crítico
que analisa sua obra.
Para participar da leitura
desta noite, basta se inscrever
pelo telefone 0/xx/11/3224-3473 ou pelo e-mail eventofo
lha@folhasp.com.br. O cadastro é gratuito.
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