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Cosa Nostra é selo particular do rap
da Reportagem Local
Com o novo disco, os Racionais
MC's lançam também um selo
próprio na praça, a Cosa Nostra
Fonográfica, que pode divulgar
brevemente outros grupos de rap.
Responsável por vendas que superam muitos artistas do primeiro
time da indústria convencional,
Mano Brown e companhia devem
chegar, sem muito esforço, à faixa
dos 100 mil discos rapidamente.
Lançado há menos de 15 dias, a
distribuidora Zambia ainda não
tem um balanço colhido no mercado, mas os seus dirigentes apostam até em uma vendagem mais
alta. Mas preferem não citar números.
O termômetro dessa expectativa
foi a festa de lançamento realizada
nas Grandes Galerias, conjunto de
lojas localizadas no centro da cidade de São Paulo.
Os Racionais foram seguidos por
uma multidão que parecia composta por fiéis religiosos.
A uma certa altura, algumas casas de discos precisaram ser fechadas, devido à invasão de fãs que
acompanhavam Mano Brown, Ice
Blue, Edy Rock e KL Jay e clamavam por um autógrafo.
Nos shows, no circuito da periferia da Grande São Paulo, o assédio
tem sido o mesmo, embora o grupo não faça a divulgação convencional na mídia nem conte com o
esquema de ajuda dos programas
de auditórios da TV.
Bom momento
O sucesso dos Racionais e Pavilhão 9, outro grupo badalado de
São Paulo, vem confirmar o bom
momento que vive o rap (ritmo e
poesia, em inglês) no Brasil.
Foi uma longa história, de quase
duas décadas, que deve muito a
pioneiros como Thayde e DJ Hum,
autores do hit "Senhor Tempo
Bom", que desde o início dos anos
80 sacode versos com scratches
(espécie de arranhões musicais em
discos de vinil) para animar bailes
e jornadas na rua.
No momento, pratica-se hip hop
em todos os estilos e com as mais
variados sotaques e levadas possíveis. Do swing sampleado do Planet Hemp à influência da embolada e do repente do Faces do Subúrbio, de Pernambuco.
Na mesma cidade de São Paulo
tem o rap hardcore (com guitarra
pesada) do Pavilhão 9, que está na
praça com o disco "Cadeia Nacional", e o Potencial 3, formado por
filhos de sambistas que juntaram,
na mesma mesa, o pandeiro e o DJ.
A pernambucana Nação Zumbi,
com o canto certeiro de Jorge Du
Peixe, vai coroar esse movimento
com um disco-tributo ao rapper
Chico Science, que deve sair do
forno em janeiro.
(XS)
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