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TELEVISÃO
Crítica
Risco de
fracasso não
tira a classe
de Resnais
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Para uma pauta, alguém me
perguntou: por que "Medos
Privados em Lugares Públicos"
está em cartaz há mais de 30
meses em São Paulo? "Desculpe, não tenho explicação", respondi tempos atrás.
Agora que passa na TV "A
Vida É um Romance" (Futura, 23h; livre), o filme de Alain
Resnais de 1984, pode-se arriscar: talvez seja assim com cineastas que têm classe e correm todos os riscos. Seus filmes
podem passar em branco.
"A Vida É um Romance", por
exemplo, nem chegou aos cinemas do Brasil, talvez devido ao
barroquismo e ao fato de narrar três histórias difíceis de resumir, mas que dizem respeito,
no geral, ao prazer, ao tempo,
ao próprio cinema.
Fanny Ardant está lá. Como
está em "Crimes de Autor"
(TC Cult, 23h40; 14 anos), intrincada trama envolvendo
uma escritora de best-sellers e
seu "ghost writer". Intrincada,
mas não exata, pois cheia de
acontecimentos criados para
que se chegasse a um certo final. Porque Claude Lelouch
não tem a classe que Alain Resnais tem.
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