São Paulo, quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

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"Quebra-Nozes" leva estrelas do Royal Ballet ao Rio

Roberta Márquez e Thiago Soares, primeiros bailarinos da companhia britânica, voltam ao palco do Municipal carioca

Promessa de renovação da principal companhia de balé clássico do Brasil, Soares e Márquez deixaram o Rio para brilhar em Londres

ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Numa seleção brasileira de balé, eles seriam Kaká e Ronaldinho das sapatilhas. Elogiados no exterior, ganhando bem, volta e meia sendo capa de publicações internacionais, os bailarinos Roberta Márquez e Thiago Soares não têm do que reclamar poucos anos depois de terem trocado o palco do Municipal do Rio pelo de Covent Garden, em Londres.
A dupla que hoje figura entre o seletíssimo quadro de primeiros bailarinos do Royal Ballet dá um tempo na concorrida agenda para dançar como estrelas na montagem de "O Quebra-Nozes" que o Municipal carioca estréia amanhã. Eles revivem ali o duo que até o início da década era a grande promessa de renovação na principal companhia de balé clássico do país. "Eu queria os palcos do mundo, e o Municipal, embora tenha sido minha escola, sofre com falta de dinheiro para novas produções", diz Soares, cuja virada na carreira aconteceu em 2001, quando ganhou a medalha de ouro no Concurso Internacional de Balé do Teatro Bolshoi, dançando com Márquez (ela, medalha de prata).
A história de Soares é novelesca. De uma família modesta do subúrbio do Rio, ele começou na dança de rua ainda menino, mas só foi fazer aulas de clássico aos 16 anos. Dez anos depois, está entre os mais requisitados do Royal Ballet, onde começou como figurante.
Ele namora outra bailarina da companhia, a argentina Marianela Nuñez, com quem faz a dobradinha do balé mais comentada em Londres hoje -os dois foram capa do "Sunday Times" na semana passada. Completando, sua vida vai virar um documentário na BBC, que já começou ser rodado no Rio.
"Hoje danço lado a lado de bailarinos que eram meus ídolos, como o cubano Carlos Acosta, algo que nem poderia imaginar", confessa ele.
Já Márquez, que era apontada como a sucessora de Ana Botafogo, foi parar em Londres depois de cair nas graças de Natalia Makarova, mito russo das sapatilhas. Chegou ao Royal Ballet como primeira bailarina, há três anos, e desde então só fez ganhar mais espaço na companhia com seu jeito modesto, corpinho de menina e físico perfeito para balés românticos.
"Já posso dizer que estou quase no céu, porque consegui fazer praticamente todos os balés com os quais sempre sonhei", completa ela, que tem agendadas apresentações como solista pelo mundo até 2009.


O QUEBRA-NOZES - CORPO DE BAILE DO MUNICIPAL DO RIO
Quando:
estréia amanhã, às 20h; qui. e sex., às 20h, sáb. e dom., às 17h; até 23/12
Onde: Municipal do Rio (pça. Floriano, s/nº, tel. 0/xx/21/2299-1711)
Quanto: de R$ 10 a R$ 300


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