São Paulo, segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

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"'Playboy' está mais em alta do que nunca"

Apesar da dívida e da crise do mercado editorial, marca avança em outras áreas

Licenciamento de produtos, como bebidas e cadernos, e unidade de TV juntos lucraram US$ 30 milhões em 2009

EFE/Bruno Bebert
Hugh Hefner, fundador da Playboy, ao lado das 'coelhinhas', no Hotel de Paris, em Mônaco

FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES

Hugh Hefner está com 84 anos, não escuta direito e sofre de dor nas costas. Ainda assim, não pretende largar tão cedo o império que criou há quase 60 anos e, mais, acredita no renascimento do seu coelhinho.
"Este próximo ano será nosso. Será o ano chinês do coelho", repete Hefner ao telefone na entrevista à Folha.
"Ao mesmo tempo em que o mercado editorial está passando por problemas econômicos, e a "Playboy" está incluída, nossa marca está mais em alta do que nunca."
Para quem acompanha o noticiário financeiro, o papo de Hefner parece de velho gagá. Afinal, a Playboy Enterprises, que edita a revista, teria uma dívida de US$ 110 milhões para ser paga em um ano e apenas alguns milhões em caixa para bancá-la.
Além disso, a revista circula hoje com 1,5 milhão de cópias por mês nos EUA, número bem abaixo dos 7 milhões da época áurea, os anos 1970.
Apesar de tudo, o império vem avançando em outras áreas, como no licenciamento de produtos (cadernos, lingerie e bebidas) e numa unidade de TV. Juntos, tiveram lucro de US$ 30 milhões em 2009, contra US$ 1,6 milhão da revista e do site.
No mês passado, Hefner reabriu os lendários clubes Playboy, fechados em 1991. Cancún (México) e Macau (China) foram os primeiros a receber as garçonetes vestidas de coelhinhas e, em maio, será a vez de Londres.
"Demoramos [para voltar a ter os clubes] por uma questão de tempo, da sociedade. Nos anos 1980 e 1990 houve uma volta forte do conservadorismo, contra a revolução sexual dos anos 1960 e 1970. Não conseguimos renovar nossas licenças", disse Hefner, que criou a revista aos 27 anos, em 1953.
A China é um caso clássico de como a marca está forte, embora a revista não seja permitida pelo governo. "Neste mês abrimos uma loja de roupas em Taipei e esperamos abrir outras 2.000 na China continental."
E há negociações para trazê-la à América do Sul? "Quando a oportunidade surgir, teremos interesse em discutir", disse. "Você sabe como são os coelhos. Eles tendem a se multiplicar."

VIAGRA E SHANGRI-LA
Hefner trocou Chicago pela mansão em Los Angeles nos anos 70. "É minha Shangri-la, minha Disneylândia para adultos", diz o empresário, que costuma circular nos eventos da casa vestido num roupão de cetim vermelho.
É lá que acontecem festas de arromba, seleção de coelhinhas ou sessões de cinema. Hefner também chegou a morar com sete namoradas, mas hoje só vive com a modelo Crystal Harris, 24.
A sede da empresa continua em Chicago, e Hefner diz que participa da edição americana, que tem versões em outras 27 línguas. "Escolho fotos da capa, a coelhinha do mês. Tenho conversas diárias com os editores."
Já na vida sexual, afirma que se mantém ativo, graças à descoberta do Viagra.
"Minha vida certamente não seria a mesma se não fosse pelo Viagra", disse. "Mas acho que teve algum impacto na minha audição."


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