NOELI MENEZES
free-lance para a Agência Folha

O escultor Expedito Sobreira Ribeiro, 54, o Mestre Ribeiro, planeja abrir um centro cultural em Porto Firme, Minas Gerais, para acolher a produção de artistas da região.
Com o projeto, que está sendo impulsionado com o dinheiro das obras que ele próprio vende, Mestre Ribeiro pretende apoiar principalmente artistas iniciantes, já que o município de Porto Firme fica longe dos centros históricos do Estado e, segundo ele, não existe incentivo à arte naquela região.
"Quem quiser poderá expor suas obras gratuitamente no centro cultural", disse.
Até agora, a preparação do espaço de 380 metros quadrados, cuja inauguração está prevista para 31 de março, já custou R$ 200 mil. "É a minha peça mais cara, fruto das mais de 300 obras que já produzi", afirma o escultor, que trabalha apenas com madeira.

Agricultor
Agricultor desde criança, Ribeiro conta que, quando passou a se dedicar à arte, há 25 anos, precisava ir até Belo Horizonte para vender suas peças.
"Às vezes, eu gastava quase tudo o que ganhava com as despesas da viagem."
Hoje, a casa do artista tornou-se ponto de referência na cidade. Ele recebe pessoas de vários lugares interessadas em suas esculturas.
O escultor conseguiu sobreviver e criar nove filhos só com a renda de sua produção artística.
Além das imagens sacras, um tema recorrente na produção de Mestre Ribeiro é a preservação do meio ambiente.
A própria madeira que ele utiliza nas obras vem de árvores plantadas em seu sítio.
"Eu também replanto as árvores que derrubo, pois acredito que é possível usufruir dos recursos naturais sem degradá-los", afirma.



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