São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 2007

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Crítica

Misterioso Bogart está em quatro filmes

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Humphrey Bogart é a grande representação do ator clássico, aquele que se faz mais como imagem na tela do que como um corpo que ocupa selvagemente o espaço do enquadramento, como eram Brando e Dean. Inserido num cinema norte-americano mais "comportado", com rígida marcação de cena e sem margem para improvisos ou repentes do elenco, Bogart era mais um rosto que um corpo.
Era, também, um homem dos anos 40 apreciado nos anos 60 (pela geração da nouvelle vague francesa). Talvez porque houvesse um mistério que fazia dele um homem único. Com sua face de relevo talhado, em princípio "dura" demais para se moldar às versatilidades do cinema (como um Cary Grant, por exemplo), e com voz entrecortada, percorreu diversos gêneros, deixando a sua bandeira fincada em cada um deles. Mas o que explica essa presença que chamou a atenção de Godard a ponto dele citá-lo em seu longa inaugural, "Acossado"? Seus filmes?
Se nem sua mulher, Lauren Bacall, que dividiu cama com ele, soube responder ao certo, melhor ficarmos com os filmes. Neles, percebemos que nunca houve um melhor que Bogart, como atestam "Casablanca" (TCM, 23h45) e "Do Destino Ninguém Foge" (TCM, 18h10). E nenhum detetive tão encaixado na violência do noir quanto Sam Spade, em "O Falcão Maltes" (TCM, 22h), e Philip Marlowe, em "À Beira do Abismo" (TCM, 1h30).


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