São Paulo, segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

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Redley e TNG tiram Fashion Rio do tédio

Grifes foram destaque na temporada inverno-2008, que acabou no sábado

Edição foi das mais fracas dos últimos anos; marcas mostraram coleções preguiçosas ou apressadas, sem vigor criativo

ALCINO LEITE NETO
VIVIAN WHITEMAN

ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

A temporada inverno-2008 do Fashion Rio foi bem-sucedida nos negócios, com um aumento de 12% das vendas na feira Fashion Business, que ocorre paralela aos desfiles.
Também foi feliz no que diz respeito à organização geral do evento, apesar dos atrasos sucessivos nas apresentações. Do ponto de vista da criação de moda, porém, esta temporada foi a mais fraca e tediosa que se viu nos últimos anos.
Durante os seis dias de desfiles, que acabaram no sábado, a maioria das marcas mostrou coleções apressadas ou preguiçosas, sem idéias nem ousadia, sem esforço autoral e com pouca sensibilidade para definir um inverno à brasileira.
Entre os raros destaques do line-up, saíram na frente as grifes com propostas mais comerciais, como a Redley e a TNG.
Dentro de seu estilo streetwear arrojado, a Redley mostrou uma coleção perfeitamente amarrada, com conceito bem desenvolvido e boas propostas de estilo, sobretudo no bloco masculino do desfile.
Ótimos tricôs, looks que mesclavam referências esportivas e militares (estilo guerrilha) e cartela de cores precisa -dos tons neutros aos azuis, rosas e roxos- foram os pontos altos do inverno da grife.
Já a TNG ganhou um choque de qualidade com o trabalho da editora de moda Regina Guerreiro, que fez a consultoria de criação para a marca de Tito Bessa Júnior.
No desfile -estrelado pelo casal Taís Araújo e Lázaro Ramos-, a TNG mostrou um repertório esportivo apurado, com macacões de piloto de Fórmula 1, calças e jaquetas tipo motoboy fashion. Também retrabalhou a sua conhecida linha de alfaiataria, agora com toques de cor e humor. Foi uma coleção inteligente e divertida, que fala às bases do estilo da grife, com foco nos anos 80.
O sucesso de Redley e TNG contrasta com a performance ruim dos criadores de propostas mais autorais do Fashion Rio. Prejudicadas pela falta de foco e por uma visão de inverno subdesenvolvida e pretensiosa, a maioria das grifes ditas sofisticadas errou na mão.
Anos 70 mal reeditados, referências européias mostradas de forma quase literal e problemas de direcionamento de marca foram alguns dos principais tropeços dos ditos estilistas "criativos" dessa temporada do Fashion Rio. Temporada, aliás, que, salvo as exceções citadas, poderia ser apagada da história do evento sem prejuízo para a moda brasileira.

Tendências
Confira as principais propostas que apareceram nas passarelas do Fashion Rio:

 

Looks-chave: vestidos curtos em camadas, vestidões anos 70, maxipulls e cardigãs de tricô, coletes de alfaiataria e esportivos, peças decoradas com babados, laços e pregas, pantalonas, cinturas marcadas e saias com volume.
 

Padrões: estamparia tie-dye, xadrezes, especialmente os do tipo tartin e lenhador/grunge, e florais na linha hippie.
 

Cores: combinação de tons neutros, como preto, bege, branco e marrom, tons de azul, rosas e roxos.


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