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Redley e TNG tiram Fashion Rio do tédio
Grifes foram destaque na temporada inverno-2008, que acabou no sábado
Edição foi das mais fracas dos últimos anos; marcas mostraram coleções preguiçosas ou apressadas, sem vigor criativo
ALCINO LEITE NETO
VIVIAN WHITEMAN
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO
A temporada inverno-2008
do Fashion Rio foi bem-sucedida nos negócios, com um aumento de 12% das vendas na
feira Fashion Business, que
ocorre paralela aos desfiles.
Também foi feliz no que diz
respeito à organização geral do
evento, apesar dos atrasos sucessivos nas apresentações. Do
ponto de vista da criação de
moda, porém, esta temporada
foi a mais fraca e tediosa que se
viu nos últimos anos.
Durante os seis dias de desfiles, que acabaram no sábado, a
maioria das marcas mostrou
coleções apressadas ou preguiçosas, sem idéias nem ousadia,
sem esforço autoral e com pouca sensibilidade para definir
um inverno à brasileira.
Entre os raros destaques do
line-up, saíram na frente as grifes com propostas mais comerciais, como a Redley e a TNG.
Dentro de seu estilo streetwear arrojado, a Redley mostrou uma coleção perfeitamente amarrada, com conceito bem
desenvolvido e boas propostas
de estilo, sobretudo no bloco
masculino do desfile.
Ótimos tricôs, looks que
mesclavam referências esportivas e militares (estilo guerrilha) e cartela de cores precisa
-dos tons neutros aos azuis,
rosas e roxos- foram os pontos
altos do inverno da grife.
Já a TNG ganhou um choque
de qualidade com o trabalho da
editora de moda Regina Guerreiro, que fez a consultoria de
criação para a marca de Tito
Bessa Júnior.
No desfile -estrelado pelo
casal Taís Araújo e Lázaro Ramos-, a TNG mostrou um repertório esportivo apurado,
com macacões de piloto de Fórmula 1, calças e jaquetas tipo
motoboy fashion. Também retrabalhou a sua conhecida linha de alfaiataria, agora com
toques de cor e humor. Foi uma
coleção inteligente e divertida,
que fala às bases do estilo da
grife, com foco nos anos 80.
O sucesso de Redley e TNG
contrasta com a performance
ruim dos criadores de propostas mais autorais do Fashion
Rio. Prejudicadas pela falta de
foco e por uma visão de inverno
subdesenvolvida e pretensiosa,
a maioria das grifes ditas sofisticadas errou na mão.
Anos 70 mal reeditados, referências européias mostradas de
forma quase literal e problemas
de direcionamento de marca
foram alguns dos principais
tropeços dos ditos estilistas
"criativos" dessa temporada do
Fashion Rio. Temporada, aliás,
que, salvo as exceções citadas,
poderia ser apagada da história
do evento sem prejuízo para a
moda brasileira.
Tendências
Confira as principais propostas que apareceram nas passarelas do Fashion Rio:
Looks-chave: vestidos curtos
em camadas, vestidões anos 70,
maxipulls e cardigãs de tricô,
coletes de alfaiataria e esportivos, peças decoradas com babados, laços e pregas, pantalonas, cinturas marcadas e saias
com volume.
Padrões: estamparia tie-dye,
xadrezes, especialmente os do
tipo tartin e lenhador/grunge,
e florais na linha hippie.
Cores: combinação de tons
neutros, como preto, bege,
branco e marrom, tons de azul,
rosas e roxos.
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