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Rio quer exportar "felicidade" em pacote
Indústria têxtil busca vender "alma carioca"
VIVIAN WHITEMAN
EDITORA DE MODA
PEDRO DINIZ
DO RIO
O Rio quer exportar felicidade...em forma de produto.
De olho nos estrangeiros que
vieram para o Fashion Rio, a
Abit (Associação Brasileira
da Indústria Têxtil e de Confecção), uma das apoiadoras
do evento, montou para eles
um roteiro "turístico-cultural", parte de uma estratégia
maior para a capitalização da
"alma carioca".
Compradores e jornalistas
vindos da Europa, dos EUA e
do Japão visitaram o Corcovado, rodaram por shoppings, fábricas, botecos e
praias. Ontem, um grupo foi
almoçar no Hotel Santa Teresa, onde houve uma "atração" extra -Amy Winehouse, que estava hospedada lá,
tomava banho de piscina.
"Nossa ideia é fazer um pacote de comportamento, fazer eles sentirem nosso "way
of life" acolhedor", diz Rafael
Cervone Netto, gestor do Texbrasil, programa da Abit para
divulgar a cadeia têxtil brasileira no mercado externo.
Com o Senai-Cetiqt (Centro
de Tecnologia da Indústria
Química e Têxtil), o Texbrasil
está realizando uma pesquisa chamada Happiness (felicidade): voluntários do Rio e
de outras capitais registram
em um diário seus momentos
de felicidade.
Os resultados serão usados em estratégia de marketing. As diretrizes serão repassadas a 350 empresas fluminenses, muitas participantes do Rio-à-Pôrter, salão
de negócios do Fashion Rio.
TRAGÉDIA
"Vamos mostrar como
aplicar a felicidade, no sentido de valor agregado, em
produtos de moda", diz Netto. Nesse pacotão feliz estão
conceitos variados, do bom
humor à biodiversidade.
O inglês Gary Edgley, comprador da megaloja de luxo
Selfridges, adorou o Corcovado e a Ilha Grande e ainda
não botou a mão no bolso.
"Não achei nada muito brasileiro nem original."
Já a canadense Lynne Leclair, da MediaGlobe, quer levar as "cores alegres" da
Alessa e os tecidos artesanais
de Melk-Zda. "Eles representam o alto-astral e o espírito
sorridente do Brasil."
Para os organizadores
nem mesmo as tragédias, a
violência e a pobreza ofuscam o projeto. "O brasileiro é
feito da luta entre contrastes,
mas nossa alegria se sobrepõe aos problemas", filosofa
Fernando Pimentel, diretor
da Abit.
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