São Paulo, sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

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Rio quer exportar "felicidade" em pacote

Indústria têxtil busca vender "alma carioca"

VIVIAN WHITEMAN
EDITORA DE MODA

PEDRO DINIZ
DO RIO

O Rio quer exportar felicidade...em forma de produto. De olho nos estrangeiros que vieram para o Fashion Rio, a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), uma das apoiadoras do evento, montou para eles um roteiro "turístico-cultural", parte de uma estratégia maior para a capitalização da "alma carioca".
Compradores e jornalistas vindos da Europa, dos EUA e do Japão visitaram o Corcovado, rodaram por shoppings, fábricas, botecos e praias. Ontem, um grupo foi almoçar no Hotel Santa Teresa, onde houve uma "atração" extra -Amy Winehouse, que estava hospedada lá, tomava banho de piscina.
"Nossa ideia é fazer um pacote de comportamento, fazer eles sentirem nosso "way of life" acolhedor", diz Rafael Cervone Netto, gestor do Texbrasil, programa da Abit para divulgar a cadeia têxtil brasileira no mercado externo.
Com o Senai-Cetiqt (Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil), o Texbrasil está realizando uma pesquisa chamada Happiness (felicidade): voluntários do Rio e de outras capitais registram em um diário seus momentos de felicidade.
Os resultados serão usados em estratégia de marketing. As diretrizes serão repassadas a 350 empresas fluminenses, muitas participantes do Rio-à-Pôrter, salão de negócios do Fashion Rio.

TRAGÉDIA
"Vamos mostrar como aplicar a felicidade, no sentido de valor agregado, em produtos de moda", diz Netto. Nesse pacotão feliz estão conceitos variados, do bom humor à biodiversidade.
O inglês Gary Edgley, comprador da megaloja de luxo Selfridges, adorou o Corcovado e a Ilha Grande e ainda não botou a mão no bolso. "Não achei nada muito brasileiro nem original."
Já a canadense Lynne Leclair, da MediaGlobe, quer levar as "cores alegres" da Alessa e os tecidos artesanais de Melk-Zda. "Eles representam o alto-astral e o espírito sorridente do Brasil."
Para os organizadores nem mesmo as tragédias, a violência e a pobreza ofuscam o projeto. "O brasileiro é feito da luta entre contrastes, mas nossa alegria se sobrepõe aos problemas", filosofa Fernando Pimentel, diretor da Abit.


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