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"A Praia" casa "Lagoa Azul" e "Apocalipse Now"
do enviado a Berlim
Produzido pelo mesmo time de
"Trainspotting", "A Praia" empresta do "cult" estrelado por
Ewan McGregor a idéia de um
bem-humorado monólogo inicial
antiburguesia. Que seja dito: pôr
Leonardo DiCaprio na pele de Richard tem a ver mais com sua carreira pré-"Titanic" do que com a
febre que provoca desde então.
Recém-desembarcado na miserável Bancoc, Richard logo cruza
com outro egresso de "Trainspotting", Robert Carlyle, um "junkie" que lhe oferece fumo, um
mapa para uma ilha paradisíaca e
morre a seguir. Richard convence
um belo casal de franceses a
acompanhá-lo e tem início a
aventura.
Durante sua primeira hora, "A
Praia" revisita "A Lagoa Azul"
com toques de "A Ilha do Tesouro" e "Robinson Crusoé". Richard e amigos sofrem um pouco,
mas chegam ao paraíso tropical
prometido, que encontram dividido entre uma gangue de exportadores de maconha e uma tardia
comunidade hippie liderada pela
exuberante Tilda Swinton.
Devidamente instalados, eis que
o filme deixa de lado o detalhamento das relações para concentrar-se na viagem cada vez mais
delirante de Richard ao coração
das trevas. O show afinal é, ou deveria ser, de DiCaprio.
"A Praia" assume assim um forçado tom "Apocalipse Now", não
por coincidência citado explicitamente nas sequências iniciais. Tudo torna-se por demais previsível,
estendendo-se por outra desnecessária hora. Mas como fica DiCaprio? Seu desastrado Richard
reafirma-lhe o carisma algo sombrio, próximo do jovem Marlon
Brando, mas não o submete a um
verdadeiro teste como ator. Enquanto o espera, um fracasso não
tempera mal a "leomania".
(AL)
Avaliação:
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