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RÁDIO
Cantor deu entrevista para 250
Lobão "estrela" ato de comunitárias
da Reportagem Local
Cerca de 250 representantes
de rádios comunitárias paulistas participaram, na última sexta, de entrevista com o cantor
Lobão, na Faculdade de Direito
da USP, no largo São Francisco
(centro de São Paulo).
Lobão, que lançou em bancas
o CD independente "A Vida É
Doce" e foi à rádio da favela de
Heliópolis (zona sudeste de São
Paulo) divulgar o disco, foi o
primeiro artista (e até agora o
único) a aderir à bandeira das
rádios comunitárias -emissoras clandestinas voltadas para a
comunidade em que estão e
que, na maior parte, operam
com baixa potência.
As cerca de 2.000 estações
clandestinas do Estado sofrem
repressão da Agência Nacional
de Telecomunicações e da Polícia Federal. A Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e
Televisão e a Associação das
Emissoras de Rádio e TV de São
Paulo acusam as rádios piratas
de interferir na comunicação de
ambulâncias e aviões.
A entrevista de Lobão -recebido como "a estrela das rádios
comunitárias do Brasil"- foi o
"recheio" de assembléia das
emissoras comunitárias paulistas, a qual também foi palanque
para políticos como o deputado
federal Arnaldo Faria de Sá
(PPB-SP).
"A concessão pública de radiodifusão exige direitos e deveres que não estão sendo cumpridos. Por isso, deveria ser repensada", discursou Lobão, atacando as rádios comerciais.
Na assembléia discutiu-se a
articulação de reuniões com deputados e com FHC. As rádios
querem agilizar a legalização
das rádios comunitárias, prevista em lei federal de 98. O movimento decidiu enviar cartas aos
jornais, juízes e promotores e
coletar assinaturas para uma
"carta aberta da população".
(DANIEL CASTRO)
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