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POPLOAD
Celular, o melhor amigo do pop
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Alô!
E de repente o telefone celular
virou o melhor amigo da música
pop. O finado Free Jazz Festival,
soube-se, foi ressuscitado nesta
semana pela companhia de celular Tim. A empresa italiana resolveu estender seus braços telefônicos para a área cultural e salvou da
inexistência aquele que sempre
foi o principal festival brasileiro
nos anos sem Rock in Rio.
Mas não é nova essa amizade
bonita do celular com a música
jovem. Aquele serviço de fazer o
celular tocar ao som de um hit
pop digitalizado, em vez das tradicionais campainhas chatas, já é
tão febre na Inglaterra que tem até
uma parada para evidenciar a
música-campainha mais pedida
no Reino Unido. Há uma verdadeira guerra entre as mais de dez
operadoras que disputam o maluco mercado de celular na Europa.
Para saber qual a canção mais
vendida para tocar no celular, as
últimas novidades sobre as campainhas pop e até ouvir como elas
tocariam no seu telefone, uma visita ao www.ringtones.co.uk é esclarecedora. Na última vez que eu vi, o primeiro lugar era do Death
in Vegas ("Scorpio Rising"), seguido por Foo Fighters ("Times like These"), Audioslave e Queens of the Stone Age.
Aqui no Brasil, pelo que eu sei, a
Siemens, forte no Rio, tem esse
serviço de música disponível.
No admirável mundo dos sons
eletrônicos, corre os picapes do
planeta, desde o final do ano passado, uma sensacional música
chamada "Psycho x Girlfriend",
obra do DJ californiano Eddie
Amador, radicado em Nova York.
O celular, dá para dizer, é o personagem principal da música.
Em meio a uma batida irresistível, hipnótica e ótima combinação de riffs repetitivos de guitarra, uma garota fica ligando para uma
amiga do seu "mobile", para contar uma história. A música rolando, e ela tentando ligar. Uma telefonista aparece, dizendo que ou
ela ligou errado ou o telefone está
fora de área. Ela bufa, indignada.
Tenta ligar de novo. E as batidas
tech-house sem parar, ao fundo.
Uma hora consegue achar a
amiga no telefone e começa a contar. É sexta, ela está numa rave. O
lugar está lotado, o DJ (paquera
dela) mandando ver no som. De
repente vê que na cola do DJ, quase pendurada na cabine onde ele
toca, está a ex-namorada do cara.
A música vai mudando de andamento, a garota segue no celular contando para a amiga sobre a "rival" e fica cada vez mais furiosa. "She's such a psycho", diz.
A versão normal da música tem nove minutos. O que parece ser
uma batida repetitiva, na verdade é evolutiva. Altamente recomendada. Vá atrás. Tem na internet.
lucio@uol.com.br
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