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São Paulo, sexta-feira, 14 de fevereiro de 2003

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POPLOAD

Celular, o melhor amigo do pop

LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Alô!
E de repente o telefone celular virou o melhor amigo da música pop. O finado Free Jazz Festival, soube-se, foi ressuscitado nesta semana pela companhia de celular Tim. A empresa italiana resolveu estender seus braços telefônicos para a área cultural e salvou da inexistência aquele que sempre foi o principal festival brasileiro nos anos sem Rock in Rio.
Mas não é nova essa amizade bonita do celular com a música jovem. Aquele serviço de fazer o celular tocar ao som de um hit pop digitalizado, em vez das tradicionais campainhas chatas, já é tão febre na Inglaterra que tem até uma parada para evidenciar a música-campainha mais pedida no Reino Unido. Há uma verdadeira guerra entre as mais de dez operadoras que disputam o maluco mercado de celular na Europa.
Para saber qual a canção mais vendida para tocar no celular, as últimas novidades sobre as campainhas pop e até ouvir como elas tocariam no seu telefone, uma visita ao www.ringtones.co.uk é esclarecedora. Na última vez que eu vi, o primeiro lugar era do Death in Vegas ("Scorpio Rising"), seguido por Foo Fighters ("Times like These"), Audioslave e Queens of the Stone Age.
Aqui no Brasil, pelo que eu sei, a Siemens, forte no Rio, tem esse serviço de música disponível.
No admirável mundo dos sons eletrônicos, corre os picapes do planeta, desde o final do ano passado, uma sensacional música chamada "Psycho x Girlfriend", obra do DJ californiano Eddie Amador, radicado em Nova York. O celular, dá para dizer, é o personagem principal da música.
Em meio a uma batida irresistível, hipnótica e ótima combinação de riffs repetitivos de guitarra, uma garota fica ligando para uma amiga do seu "mobile", para contar uma história. A música rolando, e ela tentando ligar. Uma telefonista aparece, dizendo que ou ela ligou errado ou o telefone está fora de área. Ela bufa, indignada. Tenta ligar de novo. E as batidas tech-house sem parar, ao fundo.
Uma hora consegue achar a amiga no telefone e começa a contar. É sexta, ela está numa rave. O lugar está lotado, o DJ (paquera dela) mandando ver no som. De repente vê que na cola do DJ, quase pendurada na cabine onde ele toca, está a ex-namorada do cara.
A música vai mudando de andamento, a garota segue no celular contando para a amiga sobre a "rival" e fica cada vez mais furiosa. "She's such a psycho", diz.
A versão normal da música tem nove minutos. O que parece ser uma batida repetitiva, na verdade é evolutiva. Altamente recomendada. Vá atrás. Tem na internet.

lucio@uol.com.br


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