São Paulo, quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

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Histeria domina estréia de primeiro filme de Madonna

Longa foi exibido no Festival de Berlim

SILVANA ARANTES
ENVIADA ESPECIAL A BERLIM

Foi em clima de histeria que foi apresentado o primeiro filme dirigido pela pop star da música Madonna -"Filth & Wisdom" (obscenidade e sabedoria), atração de ontem no Festival de Berlim.
O longa de Madonna foi selecionado para uma mostra paralela à competição pelo Urso de Ouro, chamada Panorama Especial. Mas a atração que ele exerceu só teve paralelo neste festival com o filme de abertura, "Shine a Light", que trouxe a Berlim o cineasta Martin Scorsese e os Rolling Stones.
A fila para a sessão de imprensa de "Filth & Wisdom", ontem pela manhã, começou quase duas horas antes do início da projeção. Quando as portas do cinema foram abertas, um empurra-empurra levou os funcionários a gritar diversas vezes "stop" (parem).
Na entrevista coletiva, à tarde, não foi diferente. O amontoado de jornalistas começou logo após a equipe de Nanni Moretti deixar o salão onde são realizadas essas entrevistas.
Quando entrou na sala lotada de jornalistas (com 40 minutos de atraso), Madonna foi recebida por calorosa salva de palmas e gritinhos de entusiasmo. Ainda assim, ela parecia intimidada pela platéia. Manteve os ombros tensos, soltou risinhos ao final das respostas e teve dificuldade para memorizar as perguntas.

Enredo
O filme tem como protagonista o músico A.K., um imigrante ucraniano em Londres (vivido pelo músico ucraniano Eugene Hutz, líder da banda de gypsy punk Gogol Bordello). A.K. tem uma banda e distribui demos de seus discos, tentando chegar ao sucesso. Enquanto ele não vem, o músico garante o dinheiro do aluguel com clientes que lhe pagam por encontros sadomasoquistas.
Ele divide um apartamento com Holly (Holly Weston), que ama o balé, mas tem um emprego como dançarina da noite; e com Juliette (Vicky Mclure), que sonha em ajudar as crianças famintas da África, enquanto surrupia frascos da farmácia onde trabalha.
"Para chegar ao céu, antes você tem de ir ao inferno", filosofa o protagonista. Madonna, que é co-autora do roteiro, com Dan Cadan, disse ontem em Berlim que seu filme "é sobre a dualidade da vida e a luta que essa dualidade engendra".
Madonna afirmou que pretende continuar "fazendo músicas e filmes" e contou que produziu documentário sobre crianças africanas, "que será exibido no Festival de Cannes e no de Tribeca, mas para o qual ainda não tenho distribuição".


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