São Paulo, domingo, 14 de março de 2004

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Canal faz contrato de risco para estrear hoje a cara novela "Metamorphoses"

Record declara guerra contra Globo com o "apoio" da máfia japonesa

Marlene Bergamo/Folha Imagem
Gravação de "Metamorphoses", em casarão de São Paulo, com a participação do ex-global Gianfrancesco Guarnieri (à dir.)


LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Tudo tem jeito de completa piração da TV comandada pela Igreja Universal do Reino de Deus e seu bispo Edir Macedo.
A novela "Metamorphoses" estréia na Record hoje -sim, num domingo-, mas as invencionices já estão no ar faz tempo. A começar pela escolha do nome, que só não supera a esquisitice de Silvio Santos e sua "Pícara Sonhadora".
Mas isso é pouco perto do que a Record preparou a fim de tentar atrair os holofotes e roubar um pedaço da audiência da teledramaturgia da TV Globo.
Desta vez, a emissora usou e abusou de jogadas de marketing. Vai pegar carona na onda dos "reality shows" e incluir na história imagens reais de duas atrizes sendo submetidas a cirurgias plásticas. As transformações físicas, aliás, são o eixo da trama e justificam o título -e até o ph de "Metamorphoses" é para atrair a atenção do telespectador.
A empreitada marqueteira pautou também a inclusão de mafiosos japoneses na história, que irão protagonizar cenas de ação à la Takeshi Kitano, diretor do filme "Brother - A Máfia Japonesa Yakuza em Los Angeles" (2000).
Nem a autoria de "Metamorphoses" ficou de fora. A emissora inventou uma autora fictícia, Charlote K., e diz que irá revelar esse "mistério" na própria novela.
Maluquice? Longe disso: "Tudo em "Metamorphoses" -do nome à história- é feito para chamar a atenção", explicita Del Rangel, diretor artístico da Record. "Estamos retomando o mercado de teledramaturgia. Como fazer barulho com mais uma novela?"
Outra arma será a tecnologia. Os 144 capítulos serão rodados em HDTV (TV em alta definição). É um recurso caro, que dá mais qualidade à imagem da televisão, aproximando-a do cinema.
Com o sistema, cada episódio não sairá por menos de US$ 40 mil, o que significa um custo total de US$ 5,76 milhões (cerca de R$ 17 milhões) para a novela.
Diante desse valor, não soa nada maluco o acordo feito entre a Record e a Casablanca, que produzirá a novela fora da emissora. Segundo a Folha apurou, foi assinado um contrato de risco, que vincula o pagamento da produtora ao desempenho da novela. Se "Metamorphoses" for sucesso, a Record paga os US$ 40 mil/capítulo. Mas diminuirá o repasse se vier um fiasco. Quanto mais baixa a audiência, menor será a verba.


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