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Prêmio Shell tem noite de crítica às políticas de incentivo ao teatro
Cleide Yáconis foi a homenageada oficial da noite; Vertigem leva três troféus pela peça "BR -3"
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os três troféus do Prêmio
Shell entregues na noite de segunda ao grupo Vertigem (pela
direção, luz e, na categoria especial, pelo projeto de pesquisa) soaram como resposta a um
suposto descaso das políticas
de incentivo público e privado.
A peça em questão era "BR-3",
encenada em um barco dentro
do rio Tietê, que teve temporada interrompida por falta de
verba. "Quem sabe esse prêmio
nos ajude a colocar o barco de
volta no rio", desabafou o diretor do grupo, Antônio Araújo.
Além dos agradecimentos típicos que seguiam a divulgação
dos premiados em nove categorias, só Araújo e a atriz e diretora Georgette Fadel, melhor
atriz pelo espetáculo "Gota D'água Breviário", manifestaram
descontentamento em relação
à dificuldade pela qual a maioria das produções teatrais tem
de passar em São Paulo. "Precisamos de políticas mais inteligentes. O teatro não pode mais
ser pautado pelas vontades dos
diretores de marketing e dos
políticos", disse Georgette.
Sérgio Roveri, vencedor como melhor autor por "Abre as
Asas Sobre Nós", comemorou o
fato de o Shell "olhar com atenção para os grupos de pesquisa,
para a riqueza do cenário da cidade". Apesar do sucesso de público, "Abre as Asas", sob direção de Luiz Valcazaras, por
pouco não foi cancelada pela
administração do teatro Sérgio
Cardoso, que é subordinada à
Secretaria de Cultura do Estado, sob o falso argumento de
"falta de público".
A atriz Cleide Yáconis foi a
homenageada oficial da noite.
E o grupo Os Satyros foi lembrado, em vários dos agradecimentos, principalmente por ter
transformado a praça Roosevelt em um ponto de encontro.
Foi para lá que premiados e não
premiados se dirigiram, no fim
da noite.
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