São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2008

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Animação pega carona no autor de "O Grinch"

"Horton e o Mundo dos Quem!", baseado em história de Dr. Seuss, tem Jim Carrey e Steve Carell na versão original

"Fiz versão mais jovem e inocente de mim mesmo", diz Carrey; filme é estréia na direção de animadores de "Procurando Nemo" e "Robôs"

TETÉ RIBEIRO
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES

Um filme é um filme, não importa seu formato. Mas ajuda se for baseado numa obra de Dr. Seuss. O autor é o maior best-seller de histórias infantis da língua inglesa, com mais de 500 milhões de exemplares.
Seus maiores sucessos já foram adaptados para o cinema: "O Grinch", com Jim Carrey, em 2000, e "O Gato", de 2003, com Mike Myers. Nos Estados Unidos, seu nome -pseudônimo de Theodor Seuss Geisel (1904-1991)- já basta para gerar curiosidade. É nesse clima que estréia hoje "Horton e o Mundo dos Quem!", que chega às telas de 15 países no formato de animação.
De novo, Jim Carrey está no papel principal, mas desta vez usando só a voz. Ele é o elefante Horton, que um dia ouve um pedido de socorro vindo de um pedacinho de poeira e, apesar de não ver nada, acredita que alguém pode de fato morar ali e decide ajudar. O tal pedacinho de poeira é um pequeno universo reincidente no mundo de Dr. Seuss, a Quemlândia. E quem pede socorro é o prefeito da cidade, dublado por Steve Carell. O filme entra em cartaz em 15 países; no Brasil, serão 419 cópias, com apenas seis legendadas (Marco Ribeiro faz a voz de Horton, e Tom Cavalcante, a do prefeito).

Novidade
É o primeiro trabalho de Carrey em um longa de animação. Para ele, o mais interessante foi voltar à obra de Dr. Seuss como um dos grandes heróis, após ter vivido o maior vilão -o Grinch.
"Conversei muito com os diretores para saber o que eles queriam, e a resposta era sempre a mesma: "Você'", disse o ator em entrevista à Folha, em Los Angeles. "Mas aí achei que era pouco desafio, então fiz uma versão mais jovem e mais inocente de mim mesmo."
Já para Carell, a novidade é que ele agora é um nome quase tão conhecido quanto o colega comediante, situação diferente da última (e única) vez em que trabalharam juntos, no filme "Todo Poderoso", de 2003. Ver seu nome ao lado do de Carrey e acima do título do filme chegou a assustá-lo: "Já trabalhava há 20 anos como ator e me sustentava sem ter de ser garçom nas noites livres desde 1988, o que para mim já era o meu maior sucesso".
O ator virou um grande nome em 2005, com o filme "O Virgem de 40 Anos". O lugar na lista A de Hollywood foi garantido como o acadêmico suicida de "Pequena Miss Sunshine", no ano seguinte. Uma outra dupla de Jim e Steve, no entanto, é a responsável por levar a história de Horton às telas. São os diretores estreantes Jimmy Hayward (animador de "Procurando Nemo") e Steve Martino (animador de "Robôs").
"A comédia é uma linguagem universal", afirmou Hayward.
"Fui ao último Festival de Cinema de Búzios apresentar um trecho, e o público, mesmo sem conhecer o livro nem ver o filme inteiro, riu muito." Martino completa: "O tema do filme é a frase que Horton fala o tempo inteiro: "Uma pessoa é uma pessoa, não importa o seu tamanho". Nada é mais atual do que isso".


A jornalista TETÉ RIBEIRO viajou a convite da Fox.


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