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Crítica
Woody Allen moderniza "comédia do recasamento"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Cupido É Moleque Teimoso" (TCM, 1h45; 12 anos)
parece um programa de trabalho. Assim eram as "comédias
do recasamento" que fizeram a
glória de uma época. Havia
sempre um casal (Cary Grant e
Irene Dunne, aqui). Um motivo
que os separava (em geral, um
apego excessivo a si mesmos).
E, depois, a constatação de que
não podiam não viver juntos.
Era sempre igual e, no entanto, era sempre diferente. Durante alguns anos, essas atribulações sempre reservavam surpresas. Depois, como sempre, o
gênero morreu.
Ou não. Por que não terá sido
Woody Allen aquele que lhe
deu uma segunda vida, modernizando-a, trazendo à cena, outra vez, as angústias e hesitações da vida amorosa? Não é isso o que vemos nesse "Manhattan" (TC Cult, 20h10; 12
anos), notável não se sabe se
por causa ou apesar da sempre
ausente Mariel Hemingway.
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