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Disco music alimenta novos artistas do pop
Gênero que levou o hedonismo às discotecas nos anos 1970, recebe modernas releituras melancólicas e espaciais
Nomes como os americanos Glass Candy e Chromatics retrabalham conceitos da disco e são disputados para apresentações no Brasil
DA REPORTAGEM LOCAL
Giorgio Moroder, sem querer, nunca esteve tão na moda
como nos últimos meses.
O italiano, hoje com 59 anos,
que com sua forma original de
usar sintetizadores ajudou a
formatar a disco music nos
anos 1970 (ele produziu o clássico dos clássicos "I Feel Love",
na voz de Donna Summer), vê
seu trabalho resgatado por jovens bandas e produtores da
eletrônica e do pop.
Baixo acentuado, vocais que
reverenciam as divas do soul e
do funk, o hedonismo como
missão. São ingredientes da
disco music que alimentam vários dos nomes novos e prestigiados, como o norte-americano Hercules and Love Affair.
Grande parte da culpa pelo
revival disco está no selo norte-americano Italians Do It Better, comandado pelo DJ e produtor Mike Simonetti.
Simonetti lançou no exterior, no ano passado, a compilação "After Dark", que trazia
cinco artistas que desconstroem os anos 1970: Glass
Candy, Chromatics, Mirage,
Farah e Prof. Genius. Desses,
destacam-se os dois primeiros.
O Glass Candy tem na estilosa vocalista Ida No seu ponto de
referência; com voz deliciosamente gelada, ela caminha em
cima das linhas espaciais construídas pelo sintetizador do
produtor Johnny Jewel.
Há um glamour kitsch neste
duo baseado em Portland
(EUA), em canções como "Rolling Down the Hills" e no semihit "Beatific" (ouça no www.
myspace.com/glasscandy).
A produção é básica, uma ou
outra linha de sintetizador; o
ritmo é lento; a voz de Ida No
parece distante, inatingível.
"Não uso computadores de
maneira nenhuma. Não porque
eu não confie neles ou porque
ache que eles sejam ruins, mas
simplesmente porque eu não
sei [mexer neles]. Todos os
nossos equipamentos são bem
básicos, e eu tive que aprender
a manuseá-los", disse Jewel em
entrevista na edição deste mês
da revista americana "Fader".
Jewel é, também, parte do
Chromatics, outro vértice
prestigiado da neodisco.
Aqui ele divide funções com
os músicos Adam Miller e
Natty Miller, além da charmosa vocalista Ruth Radelet.
Tanto no Glass Candy como
no Chromatics há uma preocupação em fazer com que cada
timbre soe natural, sem nenhum tipo de lapidação digital.
O Chromatics lançou no ano
passado o deliciosamente climático "Night Drive" -como
no Hercules and Love Affair, a
melancolia dá o tom das faixas,
acompanhada por melodias espaciais e hipnóticas. Dá para
ouvir no www.myspace.com/chromaticsmusics.
No Brasil
Músicas de Glass Candy e
Chromatics estão presentes em
sets de DJs como Prins Thomas (o norueguês responsável
pela popularização da "space
disco") e ocupam espaço em
blogs e sites. Estão, também,
disputados para vir ao Brasil.
O Glass Candy colocou em
sua página no MySpace que, no
dia 28 de junho, faria um show
em São Paulo. Iriam vir para
um festival, segundo apurou a
Folha com produtores, mas a
data deve ser transferida.
Quem está certo é Mike Simonetti. O "capo" da Italians
Do It Better fará um DJ set no
clube Vegas, em junho.
Outro bom nome ligado à
disco music que se apresenta
em São Paulo é a dupla britânica Mock & Toof (www.myspa
ce.com/mockandtoof).
O duo, que já remixou faixas
de Scissor Sisters, Hot Chip e
Maps e que já lançou single pela DFA, vai tocar no D-Edge,
em maio.
(THIAGO NEY)
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