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Documentário
Filme destaca música de Gilberto Mendes
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Tem festinhas de família, viagens pela Europa e passeios na
praia. Dirigido pelo filho, Carlos, e narrado pela neta Nara,
"A Odisséia Musical de Gilberto Mendes" é um afetuoso documentário doméstico sobre
um dos principais nomes da
vanguarda musical no Brasil.
Com um tom que oscila entre
o panegírico e a polifonia -em
momento curioso, o compositor Willy Corrêa de Oliveira critica o manifesto Música Nova,
do qual ele e Mendes foram signatários, como coisa de "intelectual pequeno-burguês"-, o
filme conta a rica trajetória de
Mendes, fundador, nos anos
60, do Festival Música Nova e
ativo até hoje, aos 85.
Sem compromisso com a
cronologia, alternam-se performances e depoimentos, nos
quais predomina a prosa ligeira
do compositor, mas se destacam também imagens preciosas, como Haroldo de Campos
discorrendo sobre as relações
entre as vanguardas da poesia e
da música no pós-guerra.
O filme vale a pena mesmo é
pelo destaque à música de
Mendes -trechos de quase 40
criações, muitas das quais jamais filmadas ou gravadas, são
apresentados. Incluindo as paradigmáticas "Beba Coca-Cola"
e "Santos Football Music", o
documentário acaba formando
um painel representativo da estética bem-humorada e teatral
que caracteriza o compositor.
A ODISSÉIA MUSICAL DE0
GILBERTO MENDES
Quando: hoje, às 22h
Onde: no SescTV
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