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Crítica
"Primeira Noite" conquista por roteiro e elenco
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Um rapaz tem caso com uma
coroa, mas se apaixona pela filha dela. Eis aí um "plot" capaz
de render coisas horrorosas.
Por que, então, "A Primeira
Noite de um Homem" (Turner Classic Movies, 22h) não é
um filme horroroso?
Primeiro, porque o roteiro
soube aproveitar muito bem a
época (fim dos anos 60) em que
foi feito. Naquele tempo, os jovens sempre tinham razão
-por que remar contra a corrente, se, além do mais, os jovens de fato representavam
uma maneira nova de encarar o
mundo?
Em segundo lugar, há uma
escolha judiciosa do elenco.
Um garoto tenaz, como Dustin
Hoffman, uma garota sublime,
como Katharine Ross, uma
mãe provocante, como Anne
Bancroft. É meio caminho andado. Depois, a direção do filme vai para Mike Nichols, que
sabe conduzir elencos com rara
habilidade.
Pode-se optar, no mesmo horário, por "O Abraço Partido"
(Telecine Cult), filme argentino que faz a distinção: é sentimental, mas não piegas.
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