São Paulo, sábado, 14 de maio de 2011

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CRÍTICA DRAMA

"O Círculo do Poder" é filme que desconfia da URSS e de Stálin

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"O Círculo do Poder" (TCM, 23h45, 12 anos) parte do depoimento de Ivan San- shin, militar elevado à condição de projecionista de Stálin. Ele passa, assim, a conhecer o círculo íntimo do líder soviético e a usufruir de suas benesses.
Que nem são tantas assim: um bom quarto para ele e a mulher já lhe basta. E, claro, isso mais o fervor soviético vão cegá-lo, por um tempo ao menos, às atrocidades do stalinismo.
À parte o depoimento de Sanshin, em que se baseia, o filme também pode ser visto como um depoimento de seu realizador, Andrei Konchalovski, que nasceu na União Soviética em 1937, com tempo de sofrer sob Stálin e, depois, de se tornar cineasta famoso antes de se mandar para o Ocidente, nos anos 1980.
A este filme que desconfia do comunismo, de Stálin e da União Soviética, talvez tenha faltado desconfiar um pouco do cinema.
Afinal, Stálin (como Hitler) era um fanático cinéfilo.


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