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Pseudônimo de parceria chega ao Brasil em 2007
SYLVIA COLOMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
"- Bustos Domecq vai
viver muitos anos?
- Para mim, não. Para
mim ele já está extinto, diz
Jorge Luis Borges.
- Eu gostaria que ele vivesse por muito tempo, diz
Adolfo Bioy Casares.
- E o próprio Bustos
Domecq, o que opina sobre isso?
- Nunca falamos com
ele sobre esse assunto, respondem juntos os dois escritores, Bustos Domecq
jamais pensa na morte."
Talvez por nunca aceitar bem a idéia da morte, o
tal Bustos Domecq vira e
mexe reaparece. Em 2007,
o Brasil terá editada a
"obra" desse escritor imaginário criado por Borges e
seu amigo, Adolfo Bioy Casares -e que, na citação
acima, é descrito pelos
próprios autores (em entrevista publicada na Argentina, em 1977).
A editora Globo, que
possui os direitos autorais
das obras completas de
Borges no Brasil e que já a
lançou, entre 1998 e 2001,
agora prepara o lançamento de textos raros e
inéditos assinados pelo
pseudônimo da parceria
entre os dois autores.
O coordenador dessa
coleção é o professor da
USP Jorge Schwartz.
"Crônicas" (1967) e "Nuevos Cuentos de Bustos Domecq" (1977) serão os primeiros títulos de uma série que terá, entre outras
coisas, um livro de outro
pseudônimo da dupla, B.
Suárez Lynch ("Un Modelo para la Muerte", 1946).
Em "seus" livros, Domecq parodia o gênero policial, satiriza vida e língua
portenhas e lança um
olhar irônico sobre o ambiente literário argentino.
Detalhes triviais? É gordo,
farrista -às vezes desleal- e usa ternos cinzas.
Na onda dos 20 anos da
morte de Borges, a editora
Planeta está colocando
agora no mercado brasileiro "Borges - Uma Biografia
em Imagens", do argentino Alejandro Vaccaro.
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