São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 2006

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Pseudônimo de parceria chega ao Brasil em 2007

SYLVIA COLOMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

"- Bustos Domecq vai viver muitos anos?
- Para mim, não. Para mim ele já está extinto, diz Jorge Luis Borges.
- Eu gostaria que ele vivesse por muito tempo, diz Adolfo Bioy Casares.
- E o próprio Bustos Domecq, o que opina sobre isso?
- Nunca falamos com ele sobre esse assunto, respondem juntos os dois escritores, Bustos Domecq jamais pensa na morte."
Talvez por nunca aceitar bem a idéia da morte, o tal Bustos Domecq vira e mexe reaparece. Em 2007, o Brasil terá editada a "obra" desse escritor imaginário criado por Borges e seu amigo, Adolfo Bioy Casares -e que, na citação acima, é descrito pelos próprios autores (em entrevista publicada na Argentina, em 1977).
A editora Globo, que possui os direitos autorais das obras completas de Borges no Brasil e que já a lançou, entre 1998 e 2001, agora prepara o lançamento de textos raros e inéditos assinados pelo pseudônimo da parceria entre os dois autores.
O coordenador dessa coleção é o professor da USP Jorge Schwartz. "Crônicas" (1967) e "Nuevos Cuentos de Bustos Domecq" (1977) serão os primeiros títulos de uma série que terá, entre outras coisas, um livro de outro pseudônimo da dupla, B. Suárez Lynch ("Un Modelo para la Muerte", 1946).
Em "seus" livros, Domecq parodia o gênero policial, satiriza vida e língua portenhas e lança um olhar irônico sobre o ambiente literário argentino. Detalhes triviais? É gordo, farrista -às vezes desleal- e usa ternos cinzas.
Na onda dos 20 anos da morte de Borges, a editora Planeta está colocando agora no mercado brasileiro "Borges - Uma Biografia em Imagens", do argentino Alejandro Vaccaro.


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