JOÃO BATISTA NATALI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O violoncelo se destacou entre os instrumentos de música de câmara durante o último fim de semana, no Festival de Campos do Jordão, com o brasileiro Antonio Meneses e o grego Dimos Goudaroulis, radicado há 13 anos no Brasil.
Meneses fez na sexta à noite -em companhia do também violoncelista brasileiro Alberto Kanji, radicado na Holanda, e da cravista Rosana Lanzelotte- um programa com peças de um CD recém-gravado pelo grupo, com Boccherini, Graziani, Haydn e Bréval. Mas foi no bis que se deu a verdadeira festa de virtuosismo.
Eles trouxeram três trechos das "Sonatas para Violoncelo e Baixo Contínuo" de Vivaldi (1678-1741), que são bem diferentes do superficial entretenimento expresso pelos concertos "grossi" para grupos de cordas do compositor veneziano.
Já Goudaroulis, professor da Unicamp, fez no sábado três das seis "Suites para Violoncelo Solo" de Bach (1685-1750), grande clássico para o instrumento.
O violoncelista grego tem uma concepção singular dessas partituras, com andamentos excessivamente acelerados e o encurtamento de notas mais breves, com o alongamento das notas de maior duração.
De modo discreto, um terceiro violoncelista sobressaiu na sexta: o americano Dennis Parker, que, ao lado de dois outros professores dos bolsistas do festival, interpretou o "Trio no. 2", para piano e cordas, de Brahms.

O jornalista JOÃO BATISTA NATALI foi hospedado em Campos do Jordão pelo festival

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