São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 2011 |
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Marcelino Freire une facetas de escritor e ativista em novo livro Obra lançada hoje em SP é editada por coletivo criado pelo autor FABIO VICTOR DE SÃO PAULO Marcelino Freire é tão ou mais conhecido por seus agitos literários quanto por sua obra. Criador da Balada Literária, organizador de antologias (a de microcontos é a mais notória), dá oficinas de criação, mete-se no teatro, lidera homenagens e boicotes, é blogueiro, tem mais de 5.000 seguidores no Twitter. Mas a cada três anos publica um novo livro, títulos como "Angu de Sangue", adaptado com sucesso para os palcos, e "Contos Negreiros", vencedor do Jabuti em 2006. Agora o escritor-ativista une as duas facetas. Abriu mão de sua última editora, a "major" Record, e lança sua nova obra, "Amar É Crime", pelo coletivo Edith, criado no fim de 2010 com outros 13 amantes da literatura, entre eles o editor Vanderley Mendonça, artesão de livros que produz edições primorosas pelo selo Demônio Negro. "Amar É Crime" seria lançado ontem à noite, após a conclusão desta edição, no sarau da Cooperifa. Hoje o repeteco se dá no Centro Cultural b-arco, em Pinheiros, onde o autor coordena oficinas de criação literária. Como nas obras anteriores, a tragédia social brasileira é a seiva da maioria das narrativas. O realismo urbano de Marcelino é hiper-realista e extravagante, causa propositalmente incômodo. São contos como o da gorda humilhada que entala num bueiro após matar a mãe ou o do rapaz que sequestra a namorada que não lhe dá bola e espera assim ficar famoso na TV (sim, baseado no caso Eloá). Para atenuar a paulada, o livro começa com um "poeminha de amor concreto" anti-homofobia e termina com 30 microcontos. O escritor diz saber que, ao insistir na crítica social, está mais exposto a ser malhado. "Corro o risco constante da demagogia, do paternalismo, do discurso, mas prefiro. Só não podem me acusar de escrever um livro frígido. Não escrevo comendo croissant num café em Paris." EDITH O coletivo Edith, que pode ser conhecido melhor pela página visiteedith.com, já lançou dez títulos, muitos de ex-alunos de Marcelino. "As pessoas têm um livro, mas chega a hora em que não conseguem botar a bunda na janela. Então dissemos: "Edith agora ou se cale para sempre'", brinca o autor. Sinal de que o agito não é amador, parte das obras está também à venda em formato eletrônico, na Gato Sabido e na Amazon. "É uma brincadeira-negócio", sintetiza Vanderley Mendonça. AMAR É CRIME AUTOR Marcelino Freire EDITORA Edith QUANTO papel: R$ 24,90 (172 págs.); ebook: R$ 16,90 (Gato Sabido) e US$ 11,90 (Amazon) LANÇAMENTO hoje, às 19h, no Centro Cultural b-arco (r. Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 426, tel. 0/xx/11/3081-6986) Texto Anterior: Crítica/Macrossérie: "O Astro" convence como homenagem Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros |
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