|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FILMES
TV ABERTA
Pakula introduz burocracia em "O Dossiê Pelicano"
Crocodilo Dundee em Los
Angeles
Globo, 16h15.
(Crocodile Dundee in Los Angeles).
Austrália/EUA, 2001, 92 min. Direção:
Simon Wincer. Com Paul Hogan, Linda
Kozlowski, Jere Burns, Jonathan Banks.
Tentativa de reviver o velho herói
australiano, 13 anos após sua segunda e
última aventura. Agora ele deve deixar a
pequena cidade em que vive com a
família e ir para Los Angels (EUA), pois
deve assumir a direção do jornal que foi
de seu pai. Filme que não conseguiu
emplacar. Inédito.
Dinheiro Sangrento
Record, 23h.
(Blood Money - The Story of Clinton and
Nadine). EUA, 1988, 94 min. Direção:
Jerry Schatzberg. Com Andy Garcia, Ellen
Barkin, Morgan Freeman, Michael
Lombard. Com a ajuda da prostituta
Nadine (Barkin), o contrabandista Jim
Clinton (Garcia) tenta localizar os
assassinos de seu irmão -que vêm a
fazer parte de um grupo de militares
reformados e dementes, que angariam
fundos para financiar uma guerrilha na
América Latina. Feito para TV a cabo por
cineasta que chegou a ganhar a Palma
de Ouro em Cannes, por "O Espantalho".
Enganou bem, mas, felizmente, por
pouco tempo.
A Última Missão
Globo, 23h05.
(Last Run). Inglaterra/Hungria, 2000, 92
min. Direção: Anthony Hickox. Com
Armand Assante, Ornella Muti, Jurgen
Prochnow. Confronto entre espião
americano e ex-espião da KGB russa, em
que o primeiro basicamente protege o
segundo de um terceiro espião russo.
Hickox tem sido muito elogiado por
cinéfilos de peso. Vamos ver se ele
sobrevive a essas produções
internacionais com capitais e atores do
mundo inteiro. Inédito.
O Dossiê Pelicano
SBT, 0h30.
(The Pelican Brief). EUA, 1993, 141 min.
Direção: Alan J. Pakula. Com Julia
Roberts, Denzel Washington, Sam
Shepard. Estudante de direito (Roberts)
prepara dossiê sobre a morte de dois
juízes da Suprema Corte. Ato contínuo,
passa a ser perseguida. Só Denzel
Washington tenta ajudá-la. Adaptação
de romance de John Grisham. Com
Grisham já se fez do melhor ("A Câmara")
ao banal. Mas sempre há um brio, um
ânimo. Pakula introduz ao subgênero
aventura de advogado um desânimo e
um espírito burocráticos que -à parte o
roteiro confuso- tornam o filme
insustentável.
Emmanuelle, Rainha da Galáxia
Bandeirantes, 1h.
(Emmanuelle: Queen of Galaxy). França,
1996, 95 min. Direção: L.L. Shapira. Com
Krista Allen, Paul Michael Robinson.
Rescaldo de "Emmanuelle, o Sentido do
Amor", sobre as aventuras amorosas
extraterrestres da heroína. A atriz não é
nenhuma Sylvia Kristel, mas tem seu
encanto.
Paixão e Sedução
SBT, 3h10.
(Better than Sex). Austrália, 2000, 81
min. Direção: Jonathan Teplitzky. Com
David Wenham, Susie Poter, Kris
McQuade. Jovens encontram-se em
Sydney, sentem-se mutuamente
atraídos, transam. Só não estava previsto
o fato de se apaixonarem em seguida, já
que ele é um fotógrafo londrino que
estava na Austrália só de passagem. Daí
derivam as situações desta comédia
romântica.
Um Detetive Vidente
SBT, 4h30.
(Second Sight). EUA, 1989, 83 min.
Direção: Joel Zwick. Com John
Larroquette, Bronson Rinchot. Detetive
serve-se dos poderes paranormais de um
vidente, na tentativa de resolver um caso
complicado. Mas o vidente é um tanto
trapalhão, já que o filme é uma comédia.
Não espere sorrir muito, no entanto.
(IA)
TV PAGA
Há algo de inocente nas mulheres más de Fritz Lang
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O título brasileiro é perfeito
para "Rancho Notorious":
"O Diabo Feito Mulher". O único
problema é que ele se aplica a praticamente todos os filmes de Fritz
Lang. Entrevista com Fritz:
Pergunta: Por que o senhor não
gosta de mulheres? Por que elas
sempre são más nos seus filmes?
Resposta: Não é que eu não goste das mulheres. É que uma boa
mãe, dona-de-casa, dificilmente
daria uma boa personagem.
É por isso que Jean Renoir se divertia com Marlene Dietrich. Diz
que ela era uma alemã bonachona, caseira, sem nada a ver com o
tipo de "femme fatale" que criou e
cultivou como ninguém.
Dietrich é o diabo feito mulher
deste faroeste em que a falsidade
dá o tom. Para começar, Arthur
Kennedy é o homem que busca os
assassinos de sua noiva. Para chegar ao reduto dos criminosos, deve se disfarçar de foragido. Os homens de Lang são, não raro, vingativos. Têm bons motivos para
isso. Mas, de tanto alimentar o
ódio, no fim podemos perguntar
quem é o pior: se o perseguidor
ou o perseguido. É tudo uma coisa só. O homem não tem jeito.
E a mulher também não, obviamente. Dietrich pode estar no saloon, fraudando a roleta. Ou num
balcão: parece que o mundo a
condena a não prestar. Mas, atenção, existe algo de humano nela,
como na verdadeira Maria de
"Metrópolis".
Na melhor cena do filme, quando Kennedy faz escorregar pelo
balcão o broche que foi de sua
noiva -a cena central da trama-, ao fim o rosto estarrecido
de Dietrich revela uma espécie de
estranha inocência. Uma inocência, afinal, feminina. Uma inocência a que não pode aceder o homem do também ótimo "A Agenda", de Laurent Cantent.
O DIABO FEITO MULHER. Quando: hoje
(17h; 1h30), no Futura. A AGENDA.
Quando: hoje (0h30), no Telecine
Emotion.
Texto Anterior: Astrologia Próximo Texto: José Simão: Sexta 13! Zé do Caixão pra acender a tocha! Índice
|