Francisco de Oliveira, Marilena Chaui, Rouanet e franceses participarão

DA SUCURSAL DO RIO

Depois de "O Silêncio dos Intelectuais", realizado no ano passado, o filósofo Adauto Novaes organiza outro seminário que tangencia a realidade do país. Mas "O Esquecimento da Política", que começa na próxima segunda-feira no Rio e no dia 23 em São Paulo, tratará, assim como seu antecessor, dos tempos de hoje em todo o mundo, não só no Brasil.
"A coincidência das eleições pode levar os apressados a pensarem que o tema se refere à questão brasileira apenas. Nada mais errado. A exemplo de "O Silêncio dos Intelectuais", "O Esquecimento da Política" é um problema universal. Quase todos os países do ocidente são afetados pela crise dos ideais republicanos e por aquilo que substitui a política hoje: economia, religião, moral, eficiência técnica, privatização do espaço público", diz Novaes.
O seminário é a segunda etapa de uma trilogia que terminará em 2007, quando serão discutidas as relações entre política, religião e utopia. A base da trilogia é a de que não estamos passando por uma crise momentânea, mas por "uma grande mutação em todas as áreas da atividade humana", como entende Novaes. A política está contaminada pela "ausência de um espaço público livre".
"Os mecanismos sociais de hoje levam ao esquecimento da necessidade de se pertencer a uma comunidade. Não se criam mais laços entre os indivíduos. Dessa maneira, política funda-se apenas na indiferença dos interesses", afirma ele, que coordena seminários públicos há duas décadas e que está lançando o livro da série "O Silêncio dos Intelectuais".
O sociólogo Francisco de Oliveira, que rompeu com o PT no início do governo Lula, abrirá o novo seminário com o tema "A colonização da política". Até o final de setembro, falarão intelectuais brasileiros como Franklin Leopoldo e Silva, Marilena Chaui, Renato Lessa, Luiz Felipe Alencastro, Renato Janine Ribeiro, Sergio Paulo Rouanet e o colunista da Folha Marcelo Coelho. Da França virão Francis Wolff, Miguel Abensour e outros.


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