São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 2008

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Crítica

Personagem de Clint Eastwood resume o Japão

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Falar de "Cartas de Iwo Jima" (HBO Plus, 22h; não recomendado para menores de 14 anos) é que nem chover no molhado. Todo mundo sabe que hoje existe uma distância abissal entre Clint Eastwood e a quase totalidade dos diretores americanos (e mundiais).
Assim, não é de espantar que seus últimos filmes tenham suscitado tanta oposição. Passamos a apreciar antologias de lugares-comuns vitaminadas por efeitos especiais e alguma empáfia. Como devemos nos comportar diante do trabalho honesto de um cineasta que, ao tratar a história de seu país, vai até o inimigo, os japoneses, para observar seu comportamento numa das mais sangrentas batalhas da Segunda Guerra?
É isso que Clint faz. Busca compreender o outro não por uma política de boa vizinhança, mas por curiosidade. E a heróica resistência nipônica nos diz muito tanto sobre o que foi a guerra no Oriente, como sobre o ressurgimento do império após a derrota. O caráter de seu comandante em Iwo Jima resume em boa medida o Japão.


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