COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Em assembléia do Sindicato dos Trabalhadores e Entidades Públicas de Ação Cultural do Rio de Janeiro realizada na noite de terça-feira, foi decidido que a entidade irá solicitar à Secretaria Estadual de Cultura e ao governador do Estado, Sérgio Cabral (PMDB), a destituição do maestro Roberto Minczuk do cargo de diretor artístico e maestro titular da Orquestra Sinfônica da Fundação Teatro Municipal.
Segundo Jesuína Passaroto, presidente da Associação da Orquestra do Teatro Municipal, o "descontentamento com a direção artística atinge todos os funcionários da fundação: coro, balé, orquestra, técnicos e administrativos". Não há um questionamento à competência do maestro e sim à sua ausência no dia-a-dia do teatro.
O maestro se disse surpreso, pois o convívio com os músicos e funcionários do teatro "é muito positivo", afirmou. "Evidentemente, tenho uma agenda internacional, com compromissos assumidos com antecedência. Essa questão sempre foi clara desde o início, tanto para Carla Camurati [presidente da Fundação Teatro Municipal] quanto para o governo e para os músicos que sabiam da minha agenda."
Camurati defendeu o trabalho de Minczuk. Para ela, as funções de um diretor artístico "não exigem a [sua] presença física no dia-a-dia da entidade". Afirmou que o motivo pelo qual os artistas vinculados às entidades culturais do Estado estão incomodados é a "reforma política que o governo do Estado" pretende promover.
A secretaria de Cultura do Estado está elaborando um projeto de lei para transformar as fundações estaduais de cultura em organizações sociais. Na prática, elas passarão a ter uma gestão autônoma, com metas definidas, divulgação de balanço e contratação de pessoal sem a necessidade de realizar concursos. (CAIO JOBIM)


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