São Paulo, domingo, 14 de agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Musical aborda sexualidade com humor escrachado

Com palavrões e cenas eróticas 'As Bruxas de Eastwick' desmonta o conservadorismo da classe média dos EUA

Espetáculo da dupla Claudio Botelho e Charles Möeller, que estreia hoje, louva inversão de valores

Lenise Pinheiro/Folhapress
Sabrina Korgut, Maria Clara Gueiros, Eduardo Galvão e Renata Ricci, atores de ‘Bruxas’

GABRIELA MELLÃO
DE SÃO PAULO

Um musical na contramão. É assim que os diretores Claudio Botelho e Charles Möeller definem "As Bruxas de Eastwick", que estreia hoje em São Paulo.
O cardápio de palavrões é extenso, assim como as cenas de alta carga de sexualidade, entre outras de conteúdo nem um pouco ortodoxo.
Logo no início, surge no palco uma garotinha. Ela se aproxima de Darryl van Horn (Eduardo Galvão), o sedutor recém-chegado a Eastwick. Num gesto de boas-vindas que sintetiza o espírito do musical, estende a ele um maço de cigarros.
"Poucos musicais foram tão longe no quesito humilhação, sexo e palavrão", afirma Botelho. A inversão de valores é geral. No espetáculo, o mal é representado por Felícia (Fafy Siqueira), a maior defensora da moral e dos bons costumes da cidade.
"Avenida Q" também era politicamente incorreto, porém os responsáveis por tais deslizes eram bonecos. "O Despertar da Primavera" foi outro a mexer com tabus, mas a maneira escrachada com que eles são expostos em "As Bruxas..." dá a esse espetáculo um lugar singular na história dos musicais da dupla.
"Tratamos dos mesmos temas, mas com humor negro e um certo desrespeito", fala Charles Möeller.
Adaptação de obras homônimas (o livro de John Updike, o filme de George Miller e o musical de Cameron Mackinstosh), "As Bruxas..." explode o conservadorismo da classe média americana ao retratar o despertar sexual de três mulheres abafadas por uma sociedade hipócrita.
Graças aos serviços sexuais de Van Horne, elas se transformam. Antes apagadas, iluminam-se, subitamente conscientes de seus poderes. Também dão adeus à mediocridade profissional.
"O homem surge com grandes poderes, como o demônio, mas o musical vai revelar que na verdade os poderes são delas", diz Möeller.
Van Horne ensina diversos segredos ao trio feminino, mas, no fim das contas, são elas que conseguem voar.

As Bruxas de Eastwick
Quando qui. e sex., às 21h; sáb., às 17h e às 21h; dom., às 16h e às 20h; de hoje até 11 de dezembro
Onde teatro Bradesco - piso Perdizes do Bourbon Shopping São Paulo (r. Turiaçu, 2.100, 3º piso, tel. 0/xx/11/4003-5588)
Quanto de R$ 5 a R$ 190
Classificação 12 anos



Texto Anterior: MTV americana faz 30 anos descolada do resto do mundo
Próximo Texto: Desafio: Dupla quer agora filmar musicais
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.