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EUA dominam mais
influentes do cinema
de Nova York
Nem assentou a poeira em torno
da lista de clássicos do AFI, eis que
desembarca nas livrarias "The
Film 100 - A Ranking of The Most
Influencial People in the History
of Film" (Uma Lista das Pessoas
Mais Influentes na História do Cinema, 320 págs., US$ 25,95). Organizado por Scott Smith, o volume faz parte da coleção criada pela
Citadel Press há duas décadas a
partir de "The 100", em que Michael Hart elencava as maiores
personalidade da história.
A lista de Smith surgiu primeiro
na Internet, na página www.
film100.com, no ar desde junho de
1996. Smith a apresenta como uma
obra em aberto, pronta para atualizações. Convida a todos a enviar
sugestões por e-mail (scott@
film100.com). A condição é seguir
seu critério: destacar "visionários
do cinema" que influenciaram o
maior número de pessoas.
A relação é um escândalo, sobretudo pela onipresença de Hollywood. Smith salva um pouco a cara apenas pelo pluralismo (inclui
cineastas, técnicos, empresários e
jornalistas) e pelo reconhecimento à contribuição feminina (13
mulheres marcam presença).
Smith diz ter evitado o eurocentrismo, mas estabelece um quase
monopólio americano. Mesmo
que se reconheça a importância
colossal de Hollywood para história dos filmes, é difícil justificar
que 92 dos escolhidos sejam americanos ou tenham ido trabalhar
nos EUA.
A lista de omissões é encabeçada
pela exclusão de gente do porte de
Abel Gance, F. W. Murnau, François Truffaut, Jacques Cousteau,
Luis Buñuel, Marlene Dietrich,
Abel Gance, Roberto Rossellini e
Satyajit Ray -se tamanho é fundamental, por que não o indiano,
que se destacou na maior indústria do mundo?
Smith esquece ainda o trabalho
essencial de preservação do patrimônio fílmico, que bem poderia
ser simbolizado pelo pai da Cinemateca Francesa, Henri Langlois.
Sem favor, até um brasileiro mereceria estar na lista, Alberto Cavalcanti, nome fundamental para as
vanguardas européias e para o desenvolvimento do cinema documentário, a partir do trabalho na
Inglaterra dos anos 30.
Mas parece bobagem gastar saliva -ou e-mails. Afinal, alguém
que seleciona Siskel e Ebert, o magro e o gordo da crítica de cinema
dos EUA, deve estar mesmo mais
preocupado em ter esnobado Lassie, o mais humano dos animais
no cinema.
(AL)
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