|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Exposição traz romantismo, modernismo e tropicalismo
da Sucursal do Rio
A exposição "Antropofagia?"
-que será inaugurada hoje-, organizada pela arquiteta Gisela Magalhães, vai não só mostrar obras
de artistas do romantismo, do
modernismo e do tropicalismo,
mas indagar de que forma a antropofagia foi retratada nesses movimentos.
A mostra ocupará três salas do
Museu da República. Na primeira,
Gisela fez a representação de uma
selva onde estarão "O Último Tamoio", de Rodolfo Amoedo, que
mostra um índio morrendo nas
mãos de um europeu, contraposto
a reproduções de cartografias européias do século 16, com imagens
antropófagas, que ocuparão grande parte do espaço.
Na mesma sala, estarão expostos
os manuscritos da obra "Serafim
Ponte Grande", de Oswald de Andrade, e o livro "Há uma Gota de
Sangue em Cada Poema", de Mário de Andrade, do acervo de José
Mindlin, que os trará pessoalmente hoje, durante a inauguração da
mostra.
Livros do acervo da Fundação
Casa de Ruy Barbosa, do Rio de
Janeiro, e peças indígenas do Museu Nacional da Quinta da Boa
Vista também serão expostos nessa sala.
Gisela acredita que "mais importante do que mostrar produções artísticas, uma exposição deve passar o conceito do que está
sendo exposto".
Assim, para transmitir a "linguagem que retratou a antropofagia no romantismo, modernismo
e tropicalismo", ela pontuou a exposição com diversas frases de artistas de cada movimento. Além
disso, as salas terão sonorização
"para dar o clima" do que estiver
sendo mostrado.
Na primeira, dedicada ao romantismo, são as frases "Eu é um
outro", de Arthur Rimbaud, e
"I-Juca-Pirama" ("O que há de
ser morto e é digno de ser morto") que estarão impressas nas
paredes.
A sonorização fica por conta da
gravação do poema "I-Juca-Pirama", declamada pelo ator Affonso Drumond, com a ópera "O
Guarani", de Carlos Gomes, ao
fundo.
Na segunda sala, dedicada ao
modernismo, sob a égide de
"Tupy or not Tupy", de Oswald
de Andrade, e ao som de "Sampa", de Caetano Veloso, será recriada uma paulicéia desvairada
com os arranha-céus de São Paulo
trazendo representações de figuras ilustres do movimento modernista de 22 em suas janelas.
É nesse espaço que estará o "Estudo sobre Antropofagia", de Tarsila do Amaral.
Fechando a mostra, a terceira sala traz impressa em suas paredes a
"Geléia Geral", de Torquato Neto, que, musicada por Gilberto
Gil, também servirá de fundo musical junto com "Divino Maravilhoso" e "Tropicália".
Retratando o tropicalismo, estarão obras de Antônio Dias, como o
"Glutão", de 1965, e de Rubens
Gerchman, como "Lindonéia",
em plotter.
Durante a exposição, serão exibidos filmes em vídeo cujos temas
possam ser associados à antropofagia, entre eles "Como Era Gostoso o Meu Francês", de Nelson
Pereira dos Santos, e "Macunaíma", de Joaquim Pedro de Andrade.
Ainda serão realizadas conferências para mostrar ao público o
universo antropofágico de Oswald
de Andrade e o modernismo brasileiro e também discutir o conceito de antropofagia no teatro e nas
artes plásticas.
Exposição: Antropofagia?
Onde: Museu da República (r. do Catete,
153, primeiro piso do Palácio do Catete, tel.
021/285-6320)
Quando: de hoje até 20 de setembro; de
terça a sexta, das 12h às 17h, sábados,
domingos e feriados, das 14h às 18h
Quanto: R$ 3 (quarta-feira a entrada é
franca)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|