da Reportagem Local

Outra da Sony é a segunda etapa da coleção "Jovem Guarda", de relançamentos iniciados no ano passado. Desta vez são cinco títulos, de Wanderléa, Renato e Seus Blue Caps, Leno e Jerry Adriani.
Repetem-se os problemas de reedição da "Geração Nordeste", mas atenuados (não é para menos, na Sony virtual custam R$ 8,59) por textos explicativos, capas modificadas e pouco mais.
Quem puxa o pequeno comboio é "Renato e Seus Blue Caps" (69), primeiro disco pós-jovem guarda daquele que é talvez o grande conjunto pop pré-Mutantes. "Obrigado pela Atenção", do Raul Seixas pré-fama, e "Disse Me Disse", despudor composto pelo black power iê-iê-iê (sim, isso existia) Getúlio Cortes, dão as dicas, movidos a doce psicodelia.
Depois há "Wanderléa" (63), o antológico disco de estréia da musa. Desabalado, compõe-se de títulos tresloucados como "Picada da Pulguinha" e "Birutinha", destrinchados pela mais jovem e desafinada das vozes. Um mimo.
Jerry Adriani reaparece em dois volumes, "Italianíssimo" (64), do canastrão italianado cantando na língua-madrasta, e "Esperando Você" (68), do canastrão jovem guarda em português mesmo.
Desde sempre um dos grandes talentos da jovem guarda, Leno vem com um obscuro e compacto LP de quando iê-iê-iê já era fumaça e ele readotara o nome de batismo, "Meu Nome É Gileno" (76). Era rock'n'roll, ele gostava.
Devagar, tijolos da grande história vão sendo repostos. Os arquivos da Sony (e de suas rivais) continuam abarrotados. (PAS)