São Paulo, sexta-feira, 14 de setembro de 2007

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Última Moda

ALCINO LEITE NETO, em Nova York - ultima.moda@folha.com.br

Marc Jacobs fecha NY com deboche sensual

Evento, que terminou anteontem, teve festa dos 40 anos da Ralph Lauren

Depois de oito dias e mais de cem desfiles, a semana de moda de Nova York chegou ao fim na última quarta-feira.
O verão quente da cidade ajudou a criar um clima de festa em torno da moda, cujo ponto culminante foi o desfile comemorativo dos 40 anos da Ralph Lauren, um patrimônio fashion do país, com seu império mundial avaliado em US$ 13,5 bilhões (cerca de R$ 27 bilhões).
Outras grifes também festejaram aniversários. A francesa Lacoste, que desfila em Nova York, brindou seus 75 anos de existência. A Calvin Klein comemorou os 25 anos de sucesso de sua linha de underwear.
Lauren levou seu desfile para uma tenda no Central Park, onde, depois do show, ofereceu um jantar de gala para 400 convidados, entre eles a fina flor da sociedade nova-iorquina e celebridades top, como Robert de Niro e Dustin Hoffman.
A ambientação, as músicas e as roupas, tudo foi concebido para produzir um clima de sofisticação bastante nostálgico.
A coleção atualizou looks famosos do estilista, mesclando imagens ultra-românticas com figuras femininas de dândis e alusões às roupas de equitação. Foi um desfile impecável, que evidenciou a capacidade única de Lauren para criar um estilo requintado a partir de elementos próprios à vida americana.
O pragmatismo do ambiente da moda nos EUA parece ter grande dificuldade para assimilar incursões mais artísticas (ou críticas) dos designers. Por isso, Marc Jacobs dá o que falar em Nova York, onde o gosto geral tende a se inclinar para (bons) estilistas mais convencionais, como Diane von Furstenberg e Carolina Herrera.
Jacobs mostrou uma coleção extremamente irônica -um ataque simultâneo à vulgaridade das celebridades e à afetação das peruas-, em que recortou os vestidos e implantou transparências para deixar à vista a lingerie das garotas. O sensualismo debochado de Jacobs dividiu a crítica e deu um golpe fatal na multidão de clichês da semana de moda de Nova York.
Também escapou dos clichês o estilista brasileiro Francisco Costa, da Calvin Klein. Sua nova coleção é quase uma preciosidade. Os vestidos despojados de efeitos decorativos, com construções perfeitas, flutuavam sobre o corpo das modelos, como uma pele suave e maliciosa.


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