São Paulo, domingo, 14 de setembro de 2008

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Fábio Moon e Gabriel Bá estréiam tira

Vencedores do Eisner Awards, Oscar das HQs, irmãos lançam a tirinha dominical "Quase Nada" na Folha

DA REPORTAGEM LOCAL

Supergêmeos, ativar. Fábio Moon e Gabriel Bá, 32, os irmãos paulistanos que são os mais premiados quadrinistas brasileiros da atualidade, estréiam hoje na página de quadrinhos da Ilustrada com a tirinha semanal "Quase Nada".
"Pensamos nesse nome porque é basicamente o que dá para contar em uma tira", diz Moon, fazendo graça com o espaço reduzido -ele e o irmão estão mais acostumados a criar histórias para revistas em quadrinhos, como seu fanzine "10 Pãezinhos", vencedor de diversos troféus HQ Mix, a principal premiação nacional do gênero.
"Fazer tira é muito diferente do nosso processo natural. Ela tem que ser uma coisa de leitura e produção rápidas, e estamos sofrendo para criá-las assim, para sintetizar o desenho", diz Moon.
Para os padrões dos cartunistas, no entanto, os irmãos terão um latifúndio à disposição, já que sua tira dominical vai ocupar o espaço equivalente ao de duas tirinhas normais: "Dois Reis", de Karmo, deixa de ser publicada, e "Hagar, o Horrível" será reduzida, ocupando apenas três quadrinhos.
Passando pelo momento de maior destaque em suas carreiras -no fim de julho cada um venceu dois Prêmios Eisner, o Oscar das HQs-, os irmãos aceitaram o desafio de contar histórias concisas na Folha para atingir um público maior.
"Gostamos de contar histórias para as pessoas, e a possibilidade de atingir um público maior, que é o que se consegue com as tiras, é um desafio, assim como ter um espaço semanal para a reflexão", diz Moon.

Relacionamento cotidiano
Sobre o material de "Quase Nada", os gêmeos já definiram alguns parâmetros.
"A idéia é tratar dos relacionamentos cotidianos, sem personagens fixos, a partir de idéias que estão constantemente em nossas cabeças."
Outra característica que já está definida é que os irmãos não vão buscar voluntariamente o humor. "Algumas tiras vão ser engraçadas, mas a idéia não é contar piadas. Elas vão ser mais reflexivas."
Falando dos cartunistas que admiram, destacam Laerte, com quem vão dividir espaço.
"Gostamos de todas as tiras do Laerte, incluindo as atuais, que estão menos fáceis, mas são geniais. Essa liberdade que tem na Folha, de poder fazer tiras assim, que não sejam piadas, nos estimulou a tentar."


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