DA REPORTAGEM LOCAL

A empresa Sony manifestou-se, ontem, a respeito da polêmica sobre a exposição de aparelhos Walkman, a ser aberta no dia 20, na Casa das Rosas (SP). Ontem, a Folha publicou entrevista com José Roberto Aguilar, ex-diretor da instituição, acusando a mostra de "usurpação do espaço público pela iniciativa privada", e a preocupação do secretário estadual da Cultura, João Batista de Andrade, afirmando que iria "verificar se houve algum exagero". A seguir a nota divulgada pela Sony Brasil:
"A Sony firmou parceria de um ano, de janeiro a dezembro de 2005, com a Secretaria Estadual da Cultura, tornando-se empresa-madrinha da Casa das Rosas. Com isso, a empresa investiu R$ 167.820 na recuperação do telhado e da infra-estrutura elétrica e hidráulica da Casa das Rosas, valor que engloba também uma contribuição mensal para as despesas de manutenção do espaço.
Como empresa de tecnologia de ponta em busca permanente da inovação, a Sony valoriza a preservação da memória e da história das cidades e das pessoas. Ao apoiar a restauração de um espaço como a Casa das Rosas, voltado para a poesia e para a literatura e que serve de refúgio aos paulistanos que desejam descansar do cotidiano agitado da cidade, a Sony tem certeza de estar sendo fiel às suas convicções. De seu lado, o Walkman, sem dúvida, é um dos equipamentos eletrônicos que mais ditaram moda e revolucionaram o comportamento de milhões de pessoas nas últimas duas décadas. A exposição "Walkman - A Evolução da Música Portátil" já passou pelo Japão e na América Latina, esteve, em junho, no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba)".
O diretor da Casa das Rosas, Frederico Barbosa, também se manifestou: "A casa dispõe de 30 cômodos, todos em uso atualmente para atividades culturais diárias. A exposição irá ocupar apenas duas salas e apresenta, como consta na divulgação, cada aparelho vinculado a canções que marcaram a época. É importante frisar que a Sony não é "dona" da Casa das Rosas. A empresa patrocina o espaço desde janeiro deste ano e, em momento nenhum, teve qualquer interferência sobre a sua programação."
O material de divulgação recebido pela Folha, no entanto, não cita, como afirma o diretor, que a mostra irá abordar a relação entre canções brasileiras que marcaram época e o aparelho portátil.
(FABIO CYPRIANO)


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