São Paulo, quinta-feira, 14 de outubro de 2010

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FOCO

Em 1984, Folha recebeu o argentino Jorge Luis Borges

DE SÃO PAULO

Em agosto de 1984, outro escritor latino-americano de renome veio a São Paulo a convite da Folha, então em parceria com a faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP: o argentino Jorge Luis Borges.
O autor de "O Aleph" desembarcou em Congonhas no dia 12, acompanhado pela então secretária Maria Kodama (com quem se casaria dois anos depois) e sob os olhos atentos de fãs que o aguardavam no aeroporto.
Borges completaria 85 anos poucos dias depois (nasceu no dia 24) e havia quase três décadas estava praticamente cego.
Continuava, contudo, com grande disposição e humor, como provam os dois dias que passou no Brasil. Na manhã seguinte, o escritor participou de um debate no estacionamento da Folha.
Borges falou por uma hora para cerca de mil pessoas. O evento teve como mediadores os professores Raul Antelo (UFSC), David Arrigucci e Jorge Schwartz (ambos da USP), além dos jornalistas Augusto Massi e Caio Túlio Costa (então secretário de Redação do jornal).
Ao escritor foram feitas perguntas sobre literatura, política, memórias e, é claro, o Nobel de Literatura, prêmio que, numa das grandes injustiças da Academia Sueca, não chegaria a receber.
Questionado então se ainda tinha esperança de ser congratulado, Borges foi sucinto: "Não. Confio no bom senso dos suecos".
Durante o almoço, na Folha, quis saber como Getúlio Vargas havia se matado ("Um balaço no peito? Bem, mas eu acho um balaço na boca muito mais seguro.") e citou frases de Guimarães Rosa, em bom português.
No dia 14, Borges participou de debate no Masp. Pela tarde deu entrevista para TV.


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