|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Giordano busca "obstinação"
DO ENVIADO A ANTONINA
Aos 40 anos, Bruno Giordano,
paulistano de família napolitana,
diz estar "aprendendo a ser ator
de cinema".
Com vasta experiência nos palcos (trabalhou com Plínio Marcos, Fauzi Arap e Antunes Filho) e
na televisão (estrelou as novelas
"Carmen" e "Vila Madalena", entre outras produções), só nos últimos anos Giordano tem frequentado mais regularmente os sets de
filmagem.
Participou dos longas "Policarpo Quaresma", de Paulo Thiago,
"Boleiros", de Ugo Giorgetti,
"Contos de Lygia", de Del Rangel,
e "Bellini e a Esfinge", de Roberto
Santucci Filho (em finalização).
Por sua atuação no curta-metragem "E no Meio Passa um
Trem", de Fernando Meirelles, recebeu no ano passado o prêmio
de melhor ator de curtas nos festivais de Gramado e Recife.
Enquanto ajeita o bigodão postiço, Giordano diz considerar "assustador, no bom sentido" representar no cinema uma figura como Oswaldo Cruz.
Para compor o personagem, o
ator diz que pesquisou um pouco
e encontrou "um sujeito obstinado que enfrentou a tudo e a todos
para implantar a saúde pública no
Brasil". É essa obstinação que ele
está adotando como eixo de sua
interpretação, basicamente naturalista.
"O personagem tem um quê de
épico, o que poderia sugerir uma
interpretação mais brechtiana,
mas achamos que não era o caso,
que nesse roteiro cabia trabalhar
até um certo aspecto melodramático, buscar uma aproximação
dele com o público."
Para explicar a impressionante
semelhança física com Oswaldo
Cruz que alcança depois de maquiado, Giordano diz que lançou
mão de um exercício de interpretação que se faz com fotos.
"Fiquei dias, horas, observando
as fotografias dele, com o objetivo
de plasmar, de tomar para mim
aquela imagem." Parece macumba, mas deu certo.
(JGC)
Texto Anterior: "Sonhos Tropicais": Filme revive Revolta da Vacina no Paraná Próximo Texto: Bukassa dá força "afro" a líder Índice
|