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POPLOAD
Aos vivos
Divulgação
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Os Strokes durante show recente da turnê norte-americana |
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA, EM HOUSTON
A turnê do ano no rock acabou no último domingo, em
Atlanta (EUA), e reuniu o incensado grupo emergente Kings of
Leon e o megapós-incensado The
Strokes, banda onipresente em
bancas de jornais e revistas para
quem olha as prateleiras dedicadas às publicações musicais.
A "Popload" interceptou a tour
dos meninos religiosos do Tennessee e dos nada cristãos de Nova York na cidade de Houston, no
Texas, o penúltimo show deste giro que vai continuar em dezembro, na Europa e Oceania.
O local, o enorme Verizon Wireless Theater, estava com seus ingressos esgotados (no chute,
umas 1.500 pessoas) e o clima
dentro estava quente para os Strokes, mas morno na apresentação
dos Leon, que são grande no underground inglês, mas têm tímida
aceitação fora do sertão americano. A banda teen de country-rock
fez um show correto e só. Se você
fechasse os olhos, a impressão
que ficava era de que o som vinha
limpo do disco, não de uma apresentação ao vivo se aproveitando
de uma casa lotada.
Quando os Strokes entraram
para divulgar seu novo disco,
"Room on Fire", o público se
amassou na frente do palco para
se aproximar do quinteto e se dividiu em dois: mulheres para chegar o mais perto possível do vocalista Julian Casablancas e homens
para promover rodas de pogo como se o show fosse dos Ramones.
E aí veio a luz. O que difere um
concerto dos Strokes hoje do de
um da turnê do primeiro disco
vem da iluminação, transada e
bem editada, que transmite um
excessivo grau de adrenalina no
trajeto palco-platéia na hora dos
rompantes de guitarra ou da gritaria de Casablancas. São luzes estroboscópicas em quantidade e
velocidades capazes de animar até
as baladas da cantora Maria Rita.
Musicalmente, havia também
um efeito impressionante. As músicas do recém-lançado segundo
álbum parecem uma espécie de
continuação de como acabou o
primeiro, o "Is This It".
Mas ao vivo as canções do primeiro disco pareciam ser de um
tempo muito distante no nível de
energia da banda, sem nenhum
demérito para os velhos (velhos?)
hits do álbum de estréia nesta impressão.
Uma nova cantora, Virgina
Spector, fez um dueto em uma bela e não-titulada música inédita
dos Strokes, numa levada que
lembrava "Candy", de Iggy Pop e
Kate Pierson, do B-52's.
Audio Bullys
Um dos principais nomes britânicos dessa tendência que leva para as pistas uma mistura de rock,
eletrônica e hip hop, tudo junto,
toca hoje em Maresias.
A dupla de DJs Audio Bullys,
um encontro de Clash com Specials com Fatboy Slim, se apresenta no clube Sirena. Uma pena que
os produtores paulistanos deixaram escapar a chance de aproximar a cidade de uma atração tão
ano 2010.
Lock and Loll
Mas os indies da cidade não deixaram passar uma visita rápida a
1977. Na última terça-feira, lotaram o Trip Bar para ver a banda
punk tosca Guitar Wolf, do Japão.
Num calor interno de uns 50
graus, o trio massacrou o punk
(no bom sentido) na platéia presente em músicas sem intervalo e
todos vestidos de calça e jaqueta
de couro. Só o guitarrista/vocalista manteve o vestuário até o fim.
Pior, era o que incessantemente
pulava, trombava com o microfone, com os amplificadores, rolava
no chão.
Sim, ele deve estar vivo.
lucio@uol.com.br
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