São Paulo, domingo, 14 de novembro de 2010

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Depois de viver avó no cinema, Elke Maravilha será cigana

Ex-jurada do Chacrinha filma dois longas em 2011 e fala de seus oito casamentos

LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DE SÃO PAULO
VIVIAN WHITEMAN
EDITORA DE MODA

O diretor Arnaldo Jabor a imaginou como uma vovó russa. Em seu "A Suprema Felicidade", em cartaz nos cinemas, Elke Maravilha vive a simpática mulher de Marco Nanini, um músico boêmio que dá lições de vida ao neto.
"Ela faz um olhar crítico da família, de observar o erro do outro. Elke é uma pré-Lady Gaga", afirma o cineasta.
Outros dois diretores relacionaram a ex-apresentadora de TV à cultura cigana. Em "A Ilusão Salva a Raça Humana", de Bia Guedes, será a mãe de um jovem DJ que, com uma droga, se transporta para um universo paralelo.
"É uma espécie de "Saramandaia" urbana", explica a diretora, comparando com a novela de Dias Gomes de personagens fantásticos. Rodrigo Santoro foi convidado para viver o protagonista.
Em "O Gato Preto", estreia em longa de Clébio Viriato Ribeiro, Elke vai ser a força motriz de uma trama de vingança contra um bando de ciganos no sertão do Ceará.
Ribeiro diz que evitou a Elke "explosiva". "Aqui, estará mais contida. Quer saborear a eterna juventude. É superdócil, mas capaz de matar para permanecer jovem."
Para outros, ela pode ser louca, travesti, um exagero.
Elke Maravilha não rejeita nenhum rótulo. Desde que com alguma liberdade poética. "Sou tudo o que pensam de mim: louca, ridícula..."
Mãe, nunca quis ser, mas gostou de ser avó, aos 65 anos. "Ainda mais sendo avó do Jabor", brinca ela.

SOLTA NO MUNDO
Nunca soube o que queria fazer da vida, mas sabia o que não queria. "Fui pega a laço, inclusive para ser artista. A única vez que escolhi fiz errado: cursei um ano de medicina em Porto Alegre. Depois fiz letras clássicas e filosofia. Comecei três faculdades sem terminar nenhuma."
O pai a obrigou a trabalhar desde os 12 anos -"para me soltar para o mundo". Nessa idade, foi a professora de línguas mais jovem do Brasil. Depois tentou ser bancária, secretária e bibliotecária.
Acabou virando modelo, por sugestão do primeiro marido, o grego Alex. Dali, foi catapultada à carreira artística como jurada do "Cassino do Chacrinha", em 1972.
Casamentos, aliás, não lhe faltam no currículo. O oitavo, com o artista Sasha, 27 anos mais novo, terminou recentemente. "Sou casamenteira. Mas me libertei dos hormônios e perdi o tesão na periquita. Gozo com a cabeça. Sexo era bom. Mas hoje percebo que era uma escravidão."
Daí também não se encaixar em padrões estéticos. Para ela, Deus acertou em muitos animais, até na minhoca, mas errou a mão quando fez o homem. "Somos feios. Não sabemos para que viemos ao mundo. Temos de dar um jeito nisso, então procuro fazer de mim uma obra de arte."


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