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Crítica
Luz e direção de arte desequilibram "Grande Família"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O que mais chama a atenção
em "A Grande Família" (TC
Pipoca, 19h25) não é a simpatia
dos tipos já conhecidos da série
de TV, nem a fluência de certas
situações e diálogos, nem o histriônico dos atores (que, como
freqüentemente no cinema nacional, nunca se sabe se atuam
para TV, cinema ou teatro).
O que chama a atenção, antes
de mais nada, é a luz onipresente, gritante, essa "luz de comédia" que não se contenta em
iluminar, mas é como se todo o
tempo gritasse sua condição (e
a do filme).
E, em seguida, o que chama a
atenção é a estridência da direção de arte, que parece ter necessidade de, em cada canto do
quadro, acrescentar mais um
contraste, de tal modo que o
enquadramento em certos momentos passe a existir em si,
como se o filme fosse um apêndice de suas cores.
Talvez esses desequilíbrios
indiquem dificuldades da passagem da TV ao cinema, talvez
sejam signo de certas crenças
sobre o cinema. Apesar deles, a
Globo (TV) está milhas à frente
da concorrência.
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